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16/Dec/2025

Preços do trigo pressionados no mercado interno

Segundo o Itaú BBA, a nova redução das retenciones de 9,5% para 7,5%, anunciada pelo governo argentino, deve estimular as vendas externas e favorecer maior entrada do trigo importado no Brasil. Destaque para a produção recorde do país vizinho. A produção esperada foi revisada novamente para cima, estimada em 27,7 milhões de toneladas. As lavouras apresentam excelente condição, mas com baixo nível de proteína, o que desvaloriza o produto. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até 3 de dezembro, a colheita havia sido concluída em 45,3% da área. No Brasil, a produtividade do cereal segue positiva, com padrão de qualidade elevado. Há garantia de conforto na oferta interna.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de trigo está praticamente concluída, com 98% da área colhida até o dia 5 de dezembro. Nos principais Estados produtores, Rio Grande do Sul e Paraná, o índice chegou a 99%. Em Santa Catarina, a colheita está atrasada em relação à média, mas houve um avanço com o tempo mais seco. Em novembro, a cotação nacional do trigo recuou frente a outubro, encerrando o mês com média de R$ 56,73 por saca de 60 Kg no Rio Grande do Sul, queda de 9,1%, e R$ 64,00 por saca de 60 Kg no Paraná (-0,1%). Nos primeiros dias de dezembro, os preços seguiram em viés baixista, com média parcial do mês em R$ 54,95 por saca de 60 Kg no Paraná.

O avanço da colheita, boa produção, moinhos abastecidos e pressão da oferta global seguem pesando sobre o mercado interno. No cenário externo, as exportações foram retomadas, enquanto as importações caíram. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 121,2 mil toneladas em novembro, maior volume já registrado para o mês, com destinos principais Bangladesh (72%) e Indonésia (27%). As compras externas recuaram 13% frente ao mês anterior, sendo 74% originadas da Argentina. Na Bolsa de Chicago, o cereal fechou novembro em alta. O trigo soft encerrou a US$ 5,33 por bushel, avanço de 4,3% sobre outubro e nos primeiros dias de dezembro fechou a US$ 5,36 por bushel. Frente ao mesmo período do ano anterior, os preços seguem 3,4% menores.

Compras chinesas do trigo dos Estados Unidos e desvalorização do dólar sustentaram o movimento positivo. Negociações da guerra entre Rússia e Ucrânia também movimentaram pontualmente o mercado. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou a projeção global para 2025/2026 em relatório divulgado em dezembro, passando de 828,89 milhões de toneladas para 837,81 milhões de toneladas, cerca de 5% acima da safra anterior. O órgão também revisou para cima as estimativas da União Europeia e da Argentina, com aumentos de 18% e 30% frente à última temporada. Os estoques ficaram acima do esperado, subindo de 271,43 milhões de toneladas em novembro para 274,87 milhões de toneladas em dezembro. A relação estoque/consumo global avançou, fator que tende a manter pressão sobre o mercado da commodity. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.