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09/Dec/2025

Preço do trigo opera em baixo patamar no Brasil

Com a finalização da colheita de trigo no Brasil, as exportações foram retomadas em novembro, enquanto as importações recuaram. O volume mensal foi o menor em praticamente dois anos. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em novembro, foram exportadas 121,16 mil toneladas de trigo, das quais 79,4% tiveram como origem o Rio Grande do Sul e 20,6% não tiveram a origem declarada. O cereal brasileiro foi direcionado para Bangladesh (72,2%) e para a Indonésia (27,8%). Esse é o maior volume escoado pelo País desde março/2025. O preço médio das exportações em novembro foi de US$ 225,03 por tonelada, que, considerando-se o câmbio médio de R$ 5,33, equivale a R$ 1.201,41 por tonelada, FOB na origem do produto. Quanto às importações, em novembro, chegaram aos portos brasileiros 414,56 mil toneladas de trigo, 22,4% a menos do que em outubro/2025, queda de 2,6% em relação a novembro/2024 e o menor volume desde dezembro/2023.

Nos últimos 12 meses, o Brasil importou 6,717 milhões de toneladas, 3% a mais do que nos 12 meses anteriores. Do total importado em novembro, 74,6% tiveram como origem a Argentina, 17,9%, o Paraguai e 7,5%, o Uruguai. O preço médio das importações de novembro foi de US$ 219,50 por tonelada, ou de R$ 1.171,89 por tonelada, FOB na origem do produto. No mercado de lotes (negociações entre empresas), os preços apresentam movimentos distintos dentre as regiões. No Paraná, os valores estão em baixa, pressionados sobretudo pela maior disponibilidade doméstica. No Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina, as cotações estão mais firmes, sustentadas pelo mercado consumidor. No mercado de balcão (preço pago aos produtores), observa-se baixas em quase todas as regiões; a exceção é Santa Catarina. Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de lotes têm baixa de 1,24% no Paraná e alta de 1,53% em São Paulo,de 0,77% em Santa Catarina e de 0,12% no Rio Grande do Sul.

No mercado de balcão, os preços registram recuo de 1,24% no Rio Grande do Sul, de 0,5% no Paraná e alta de 0,23% em Santa Catarina. Ressalta-se que a média semanal do trigo no mercado de lotes do Paraná é a menor desde outubro de 2023, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de novembro/2025). No Rio Grande do Sul, os preços são os mais baixos desde fevereiro de 2018. Para o valor pago ao produtor, os atuais patamares estão abaixo do Preço Mínimo determinado pelo governo federal (de R$ 78,51 por saca de 60 Kg para a Região Sul e de R$ 82,40 por saca de 60 Kg para Região Sudeste, ambos para o PH 78), mas não se observa o acionamento da garantia desse Preço Mínimo por parte de agentes federais. Os preços externos estão em alta, diante das incertezas políticas quanto ao conflito Rússia-Ucrânia e ao envolvimento dos Estados Unidos. No entanto, a alta é limitada pela oferta volumosa de trigo em nível global.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter registra alta de 1,2% nos últimos sete dias, para US$ 5,37 por bushel (US$ 197,50 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o Hard Winter tem valorização de 1,1% no mesmo período, para US$ 5,23 por bushel (US$ 192,26 por tonelada). Para o trigo Hard Red Spring, o avanço é de 2,4%, a US$ 5,47 por bushel (US$ 201,26 por tonelada). Na Argentina, os valores FOB do Ministério da Economia apresentam avanço de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 209,00 por tonelada. De acordo com dados divulgados no dia 4 de dezembro pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita de trigo na Argentina chega a 45,3% da área apta e os rendimentos se mantêm elevados. Das lavouras, 73% já estão em maturação e os 27% restantes estão na fase de enchimento dos grãos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.