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02/Dec/2025

Preços do trigo continuam pressionados no Brasil

O setor brasileiro está atento ao andamento da colheita de trigo da safra da Argentina, que é a maior fornecedora do cereal ao País. Dados divulgados em 27 de novembro pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicam que, com 33,9% da área colhida, a produção argentina foi revisada para cima, para 25,5 milhões de toneladas. Esse volume supera em 1,5 milhão a estimativa anterior, além de ser um novo recorde, ultrapassando o até então maior volume, de 22,4 milhões de toneladas, registrado na temporada 2021/2022. Além do cenário de safra volumosa na Argentina, a desvalorização do dólar frente ao Real reforçou o movimento de queda nos preços do trigo no mercado brasileiro. Em novembro, a média mensal no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.044,82 por tonelada, recuo de 8,2% frente a outubro/2025, de 17,1% em relação a novembro/2024 e a menor desde fevereiro/2018 (valores deflacionados pelo IGP-DI).

No Paraná, a média foi de R$ 1.196,69 por tonelada em novembro, com baixa mensal de 1,6% e anual de 15,9% e a menor desde outubro/2023. Em São Paulo, a média foi de R$ 1.202,63 por tonelada, alta de 3,5% frente à média de outubro, mas queda de 23,8% em um ano. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.206,29 por tonelada, retrações de 4,5% no mês e de 15,1% em um ano, ao menor patamar desde abril/2018. O dólar teve média de R$ 5,33 em novembro, 0,9% abaixo da média de outubro/2025. Nos últimos sete dias, no mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações registram recuo de 1,51% no Rio Grande do Sul e 1,4% em Santa Catarina, mas alta de 0,87% no Paraná e 0,4% em São Paulo. No mercado de balcão (preços ao produtor), os valores se mantêm estáveis no Paraná e no Rio Grande do Sul e registram leve baixa de 0,11% em Santa Catarina. Ressalta-se que os vendedores do Paraná e de São Paulo estão mais firmes nos preços pedidos.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 22 de novembro, 86,9% da área cultivada no País havia sido colhida. No Rio Grande do Sul, 81% da área foi colhida; no Paraná, 96%; e em Santa Catarina, 39,2%, acima do registrado no mesmo período do ano passado (70%). Os preços internacionais encerraram novembro em alta, impulsionados pela desvalorização do dólar frente às principais moedas, o que tende a aumentar a competitividade das commodities dos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter registra alta de 0,8% nos últimos sete dias, para US$ 5,31 por bushel (US$ 195,11 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o Hard Winter tem avanço de 1,3% no mesmo período, a US$ 5,17 por bushel (US$ 190,24 por tonelada). Para o trigo Hard Red Spring, a alta é de 1,2% nos últimos sete dias, para US$ 5,34 por bushel (US$ 196,49 por tonelada).

Em novembro, o primeiro vencimento do Soft Red Winter teve média de US$ 5,35 por bushel (US$ 196,74 por tonelada), 4,8% acima da média de outubro/2025, mas 3% abaixo da de novembro/2024. Para o Hard Winter, a média de novembro foi de US$ 5,21 por bushel (US$ 191,65 por tonelada), avanço de 4,8% no mês, mas queda de 5,8% em um ano. Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Economia apresentam recuo de 1,4% nos últimos sete dias, a US$ 208,00 por tonelada. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de novembro (14 dias úteis), o Brasil importou 335,55 mil toneladas de trigo, volume 21% inferior ao registrado em novembro/2024 (425,84 mil toneladas). O preço médio do cereal importado foi de US$ 220,60 por tonelada FOB origem, 7,7% abaixo do verificado no mesmo mês do ano anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.