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11/Nov/2025

Preços do trigo pressionados no mercado interno

O avanço da colheita mantém os preços do trigo em queda na maior parte das regiões, sobretudo no Rio Grande do Sul. No Paraná, especificamente, o clima atrapalhou as atividades de campo, dando certo suporte aos valores na primeira semana de novembro. Em São Paulo, os preços estão firmes, diante do encerramento da colheita. Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de lotes (negociações entre empresas) têm alta de 0,46% no Paraná e 1,62% em São Paulo. No Rio Grande do Sul, a queda é de 2,11% e, em Santa Catarina, de 0,38%. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços registram recuo de 4,4% no Rio Grande do Sul, 0,23% em Santa Catarina e permanecem praticamente estáveis no Paraná (+0,02%). Os valores pagos aos produtores de trigo estão bem abaixo do Preço Mínimo da política de garantia do governo, o que abre espaço para a intervenção federal, visando apoiar a comercialização e assegurar a remuneração mínima aos agricultores.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a liberação de R$ 67 milhões para apoiar o escoamento de 250 mil toneladas de trigo do Paraná e do Rio Grande do Sul. Ainda não há editais oficiais, mas a sinalização é de que sejam lançados, preferencialmente, leilões do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e do Prêmio de Escoamento do Produto (PEP). Em ambos os casos, o objetivo é transferir o produto das regiões produtoras para outras praças, reduzindo a oferta local e contribuindo para sustentar os preços no mercado físico. O valor mínimo estipulado pela Conab é de R$ 78,51 por saca de 60 Kg. O preço do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) é de R$ 57,52 por saca de 60 Kg na região de Passo Fundo (RS) e de R$ 63,95 por saca de 60 Kg na região oeste do Paraná, valores 27% e 19% inferiores, respectivamente, ao Preço Mínimo da Conab. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), no Paraná, até o dia 3 de novembro, a colheita atingia 88% das lavouras, contra 95% no mesmo período de 2024.

No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, até 6 de novembro, 42% da área havia sido colhida, frente a 63% no mesmo período de 2024 e 64% na média dos últimos cinco anos. No mercado externo, os preços são pressionados por movimentos de realização de lucros após a expressiva alta no encerramento de outubro. Além disso, embora a China tenha comprado 120 mil toneladas de trigo dos Estados Unidos, segundo traders, o volume ficou abaixo do esperado, o que mantém o mercado em queda. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter registra recuo de 1,2% nos últimos sete dias, para US$ 5,27 por bushel (US$ 193,91 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o Hard Winter tem baixa de 1% no mesmo período, para US$ 5,19 por bushel (US$ 190,79 por tonelada, enquanto o Hard Red Spring registra queda de 2%, para US$ 5,12 por bushel (US$ 188,13 por tonelada). Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até 6 de novembro, a colheita atingia 11,6% da área.

Quanto aos preços, os valores FOB na Argentina permanecem estáveis nos últimos sete dias, a US$ 215,00 por tonelada. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil importou 533,76 mil toneladas de trigo em outubro, volume 6,1% menor do que o do mês anterior e 3,4% inferior ao de outubro de 2024. No acumulado de 2025 (de janeiro a outubro), as importações somam 5,781 milhões de toneladas, aumento de 1,4% em relação a 2024 e o maior volume para o período desde 2013. Quanto à origem, 69,8% vieram da Argentina, 12,5% do Uruguai, 12,2% do Paraguai, 5,4% do Canadá e apenas 0,1% veio dos Estados Unidos. O preço médio das importações em outubro foi de US$ 227,36 por tonelada, o menor patamar desde novembro de 2020. Considerando-se o câmbio médio de R$ 5,38, o valor equivale a R$ 1.224,78 por tonelada FOB na origem do produto. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.