ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

11/Nov/2025

M. Dias Branco divulga resultados do 3º trimestre

A fabricante de alimentos M. Dias Branco teve lucro líquido de R$ 216,1 milhões no terceiro trimestre deste ano. O resultado é 73,3% maior na comparação com igual período do ano passado, quando a empresa reportou lucro líquido de R$ 124,7 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 318,1 milhões, alta de 39% frente aos R$ 228,9 milhões do terceiro trimestre de 2024. A margem Ebitda ficou em 11,4%, ante 9,5% um ano antes, avanço de 1,9 ponto porcentual. A alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou negativa em 0,6 vez, ante zero vez em igual período de 2024, informou a companhia. A receita líquida avançou 15,8% na mesma base comparativa, alcançando R$ 2,784 bilhões, ante R$ 2,404 bilhões do terceiro trimestre de 2024, puxada pelo crescimento no volume de vendas e do preço médio dos produtos.

No último trimestre, a receita líquida de produtos principais da empresa (biscoitos, massas e margarinas) cresceu 16,2%, para R$ 2,16 bilhões. A receita líquida do segmento de moagem e refino de óleos (farinhas, farelo e gorduras industriais) teve alta de 15,3%, para R$ 483,4 milhões. Já o segmento de adjacências (bolos, snacks, misturas para bolos, torradas, saudáveis, molhos e temperos) teve receita líquida 12,9% superior, atingindo R$ 140,8 milhões. O volume comercializado pela M. Dias Branco avançou 15,2% no terceiro trimestre deste ano na comparação com igual período do ano anterior. O volume vendido pela companhia passou de 419,3 mil toneladas no terceiro trimestre de 2024 para 482,9 mil toneladas no terceiro trimestre deste ano. O preço médio de todas as categorias no terceiro trimestre avançou 0,7% na comparação anual, de R$ 5,70 por quilo para R$ 5,80 por quilo.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda de 3,2% no preço médio dos produtos. “Essa retração sequencial de 3,2% tem relação com a queda do preço do trigo em dólares nos últimos meses, a apreciação do real frente ao dólar, bem como algumas ações pontuais para recuperação de market share”, disse a M.Dias, no relatório de resultados. No último trimestre, a empresa investiu R$ 62,7 milhões, 25,9% a menos do valor investido em igual intervalo de 2024. Do montante, 75% foram destinados para manutenção e 25% direcionados para expansão. Após um terceiro trimestre com crescimento de dois dígitos nos principais resultados financeiros, a M. Dias Branco vê a melhora sequencial da receita e a recuperação dos volumes vendidos neste ano. “A receita cresceu pelo terceiro trimestre consecutivo na comparação ano a ano”, destacou o diretor de Novos Negócios e Relações com Investidores da companhia, Fabio Cefaly.

O aumento contínuo do volume de vendas ao longo do ano e o objetivo da companhia de recuperação no volume comercializado comparativamente com o ano passado e das margens de rentabilidade. “Esse é o nosso plano em médio e longo prazo, mas depende de fatores como a relação de preço e custo, o mix e as despesas. O custo está caindo, mas o preço também caiu”, disse o diretor. Ele explica que o crescimento em biscoitos e massas é positivo para a empresa, ao contrário da alta em farinha, que gera um efeito mix negativo. “O grande ponto de interrogação é essa relação de preço e custo e o mix”, pontua. O executivo pontua ainda a importância do controle de despesas para a manutenção do bom desempenho das margens. A M. Dias encerrou o terceiro trimestre deste ano com despesas com vendas e administrativas (SG&A) de R$ 616,1 milhões, o equivalente a 22,1% da receita líquida.

“As nossas despesas crescem 0,7%, muito abaixo da inflação”, disse. “Queremos que a margem cresça, mas tem uma condição sine qua non de ter crescimento de volume e receita, o que está melhor neste ano do que em 2024 e com consistência trimestre a trimestre”, observou. O plano da empresa, reforça, é de crescimento e recuperação de margens no médio e longo prazo, mas a realização no curto prazo depende ainda dos fatores externos. A queda do preço do trigo contribui, aponta, para a redução do custo de aquisição das matérias-primas, mas com impacto pouco expressivo no preço médio dos produtos no acumulado do ano. Em análise sobre cenário macroeconômico do setor, o executivo afirma que a demanda pelos derivados de trigo segue estável, com aumento nas aquisições dos produtos destas categorias no último trimestre. “O mercado como um todo de biscoitos em valor cresceu, enquanto o de massas cresce tanto em valor quanto em volume, que aumenta 3% ano a ano.”

Cefaly acrescenta que a valorização do real ante o dólar é positiva para os resultados da empresa, ainda que seja refletido, primeiro, no estoque de matéria-prima. Quanto aos investimentos, os aportes da M. Dias ganharam fôlego neste ano em relação ao ano passado, com melhorias em tecnologia, automação e modernização em fábricas e em centros de distribuição. “Esse é o nosso ciclo de investimento no médio e longo prazo”, disse. Investimentos mais robustos, entretanto, são contidos com uma taxa de juros de 15% ao ano. “A taxa de juros coloca desafios adicionais nos investimentos tanto orgânicos quanto inorgânicos, porque aumenta o custo de capital”, aponta. No momento, o foco da companhia segue sendo a melhoria dos resultados internos. Oportunidades de fusões e aquisições (M&As), pondera, seguem no radar da companhia, sobretudo em categorias complementares. Fonte: Broadcast Agro.