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04/Nov/2025

Preços pressionados na maior parte das regiões

Depois de chuvas terem atingido regiões produtoras de trigo da Região Sul do País e gerarem certas preocupações entre agricultores, o clima mais firme no encerramento de outubro deixou os produtores mais otimistas. As condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras de trigo, que já caminham para a fase de maturação. Quanto aos preços, seguem em queda, pressionados pelo avanço da colheita. Segundo a Emater-RS, as produtividades no Rio Grande do Sul variam de 2,1 a 4,2 toneladas por hectare, dependendo do volume de chuvas e do nível tecnológico de cada propriedade. A colheita tem avançado rapidamente, favorecida pelo tempo mais seco e pela ocorrência de ventos, que contribuem para reduzir a umidade dos grãos e melhorar o desempenho das máquinas. Até 30 de outubro, 27% da área do Rio Grande do Sul havia sido colhida. Das lavouras que ainda estão no campo, 42% estão em maturação, 28% estão em enchimento de grãos e 3%, em floração.

No Paraná, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), mesmo com as dificuldades causadas pelas chuvas, os dias de sol na semana passada favoreceram a secagem dos grãos, mantendo o rendimento em bons níveis. Com 83% da safra já colhida, as produtividades médias superam 3,3 toneladas por hectare e podem ser ainda maiores nas áreas que ainda serão colhidas, apesar dos desafios climáticos observados ao longo do ciclo. As boas perspectivas de produtividade no Brasil, a safra volumosa na Argentina e os preços internacionais e o dólar mais baixos resultaram em novas retrações nas médias mensais. Em outubro/2025, o preço médio do trigo negociado no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.138,41 por tonelada, queda de 9,6% em relação a setembro/2025 e de 11,7% em relação a outubro/2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI).

No Paraná, a média foi de R$ 1.216,53 por tonelada, recuos de 9,7% e 15,6% nas comparações mensal e anual, respectivamente, o menor valor desde outubro/2023. Em São Paulo, a média ficou em R$ 1.161,58 por tonelada, com baixas de 7,5% frente a setembro e de 24,9% frente a outubro/2024, o menor patamar real desde novembro/2016. Em Santa Catarina, a média de R$ 1.263,26 por tonelada representou quedas de 7% e 13,4%, respectivamente, frente aos mesmos comparativos, a menor desde abril/2018. Nos últimos sete dias, especificamente, observa-se leve reação nos preços no Paraná, com alta de 0,26%, diante de relatos de aumento da demanda interna. Nos demais Estados, as cotações continuam em queda. Na principal fornecedora de trigo do Brasil, o excesso de chuvas atingiu boa parte das áreas de cultivo, segundo dados do dia 30 de outubro divulgados pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Aproximadamente 23,4% das lavouras apresentam excesso hídrico temporário, quadro que tende a diminuir nos próximos dias. A colheita corresponde a 8,4% da área cultivada.

Apesar do clima adverso na Argentina, os preços mantêm trajetória de queda no país vizinho, diante das expectativas de safra volumosa e com bons rendimentos. De acordo com o Ministério da Economia da Argentina, os preços FOB registram recuo de 0,5% nos últimos sete dias, a US$ 215,00 por tonelada. No dia 23 de outubro, a cotação chegou a US$ 214,00 por tonelada, a menor desde janeiro de 2020. A média mensal de outubro/2025 ficou em US$ 218,45 por tonelada, 3,6% abaixo da média de setembro/2025 e 9,8% inferior à de outubro/2024, sendo a menor desde dezembro/2019. Os preços internacionais do trigo estão em alta, refletindo a recompra de posições vendidas por fundos. Na média mensal de outubro, contudo, as cotações seguem pressionadas pela oferta ampla no Hemisfério Norte e pelo avanço da colheita no Hemisfério Sul.

Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter registra avanço de 4,2% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,34 por bushel (US$ 196,21 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o Hard Winter tem valorização de 4,6%, para US$ 5,24 por bushel (US$ 192,72 por tonelada). O trigo Hard Red Spring apresenta recuo de 3,3% no mesmo período, para US$ 5,22 por bushel (US$ 191,99 por tonelada). Em outubro, o primeiro vencimento do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago teve média de US$ 5,10 por bushel (US$ 187,76 por tonelada), quedas de 0,7% em relação a setembro/2025 e de 12,7% em relação a outubro/2024. Em Kansas, o primeiro vencimento do Hard Winter registra média de US$ 4,97 por bushel (US$ 182,80 por tonelada), recuos de 0,6% e 15,8%, respectivamente. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a quarta semana de outubro (18 dias úteis), o Brasil importou 459,93 mil toneladas de trigo, volume 17% inferior ao total de outubro/2024. Os preços médios FOB ficaram em US$ 227,50 por tonelada, 8,1% abaixo dos de outubro do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.