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21/Oct/2025

Preços do trigo pressionados no mercado interno

Chuvas registradas no Paraná começam a deixar produtores de trigo em alerta. Além de ocasionarem atrasos na colheita do cereal, as precipitações podem comprometer as lavouras que ainda estão no campo. Relatório do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgado no dia 14 de outubro indica que já há relatos de queda de PH e de aumentos de casos de trigo fora do padrão. Até o período, 64% do trigo no Paraná já havia sido colhido, e, dos que estão nas lavouras, 66% estão em fase de maturação; 31%, em frutificação e 3%, em floração. No Rio Grande do Sul, o clima vem favorecendo as lavouras. Chuvas fracas em algumas regiões vêm mantendo o potencial produtivo elevado. Segundo dados divulgados no dia 16 de outubro pela Emater-RS, as chuvas foram de fracas a moderadas em algumas regiões, o que não trouxe prejuízos. As temperaturas amenas e a presença de luz solar têm favorecido o desenvolvimento da cultura no Estado.

A segunda estimativa para a safra de 2025 no Rio Grande do Sul mostra aumentos na produção e na produtividade frente à temporada anterior e em relação à estimativa anterior. Enquanto a área no Rio Grande do Sul está estimada em 1,141 milhão de hectares, redução de 14,26% quando comparado a 2024, a produtividade deve crescer 17,26%, indo para 3,261 toneladas por hectare, resultando em produção de 3,721 milhões de toneladas, 0,57% acima da safra passada. Com a expectativa de safra com boa produtividade, dólar enfraquecido e safra na Argentina com alta produção (principal país origem das importações brasileiras), os preços no Brasil seguem pressionados. Nos últimos sete dias, no mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 1,34% no Paraná, de 4,05% no Rio Grande do Sul e de 2,5% em Santa Catarina; em São Paulo, há leve alta de 0,25%. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), as variações são menos acentuadas, com queda de 0,07% no Paraná, mas leves aumentos de 0,16% no Rio Grande do Sul e de 0,26% em Santa Catarina.

Em relatório divulgado neste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aumentou a estimativa de produção e de produtividade brasileira de 2025, impulsionada pelo aumento no rendimento em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. A safra agora é projetada em 7,698 milhões de toneladas, 2,2% acima do previsto em setembro, mas 2,4% menor que a de 2024. Quanto à produtividade, houve aumento de 2,1% frente ao relatório passado e é estimada para ser 21,8% maior que a da temporada anterior, a 3,142 toneladas por hectare. A área deve somar 2,45 milhões de hectares, estável frente ao relatório anterior, mas 19,9% abaixo da de 2024. O consumo interno permanece estável, em 11,81 milhões de toneladas (de agosto/2025 a julho/2026). As importações devem aumentar 3,6% frente ao relatório passado, a 6,632 milhões de toneladas de trigo. Com isso, os aumentos na produção e na importação fizeram com que os suprimentos internos ficassem em 15,7 milhões de toneladas, 2,6% maiores que os previstos em setembro/2025. As exportações aumentaram 1,9%, em 2,037 milhões de toneladas, fazendo com que os estoques finais sejam de 1,857 milhão de toneladas em julho/2026, os maiores desde 2020.

No mercado internacional, os futuros de trigo registram leve recuperação, influenciados pela valorização internacional do milho, tendo em vista que ambos geralmente se movem na mesma direção, pois um é substituto direto do outro no uso para ração animal. Entretanto, a alta é limitada pela ampla oferta global de trigo. O contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter, na Bolsa de Chicago, tem alta de 1,1% nos últimos sete dias, a US$ 5,03 por bushel (US$ 185,10 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o trigo Hard Winter apresenta valorização de 1,8% no mesmo período, para US$ 4,91 por bushel (US$ 180,60 por tonelada). Para o trigo Hard Red Spring, a alta é de 1% nos últimos sete dias, para US$ 5,31 por bushel (US$ 195,20 por tonelada). Na Argentina, os preços FOB divulgados pelo Ministério da Agroindústria registram recuo de 3,2% nos últimos sete dias, a US$ 215,00 por tonelada, o menor valor desde janeiro/2020. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.