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16/Oct/2025

Preço do trigo pressionado pela maior oferta global

Segundo a StoneX, a produção mundial recorde e a entrada das safras do Hemisfério Sul mantêm o mercado global de trigo abastecido e pressionam as cotações futuras na Bolsa de Chicago. O balanço global continua confortável, com produção acima do consumo. É uma situação com preços mais pressionados. O balanço global de trigo está bem confortável, com produção acima do consumo. O contrato para dezembro na Bolsa de Chicago chegou a ser negociado próximo de US$ 5,00 por bushel, o menor nível desde 2020, em meio à combinação de safras robustas nos principais exportadores e de estoques elevados. De acordo com projeções recentes, a produção mundial deve atingir 816,2 milhões de toneladas em 2025/2026, superando o consumo e mantendo os estoques globais acima de 260 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Na América do Sul, a Argentina tem perspectivas positivas, com aumento de área e clima favorável. A Bolsa de Rosário estima a colheita em 23 milhões de toneladas, próxima do recorde de 2021/2022. A perspectiva para a safra argentina está muito positiva, além do crescimento de área, há projeção favorável também para a produtividade. As chuvas recentes favoreceram o desenvolvimento das lavouras, e o leste do país deve seguir recebendo precipitações nas próximas semanas. Na Austrália, o cenário também é favorável. Após meses de chuvas consistentes, a produção deve superar 33 milhões de toneladas. Mesmo com um setembro mais seco no sudeste, região-chave, não há indícios de perdas relevantes. A entrada dessas colheitas tende a ampliar a oferta disponível e reforçar a pressão sobre os preços. Dando tudo certo com as safras, a tendência é de impacto na exportação mundial de trigo.

No Brasil, a safra 2025 teve redução de área, com destaque para Rio Grande do Sul e Paraná, mas o clima favorável deve sustentar boa produtividade. A StoneX estima a produção nacional em 7,35 milhões de toneladas, pouco abaixo da anterior, com 2,4 milhões de hectares cultivados. Mesmo com essa queda de área, a perspectiva é positiva para produtividade, o que deve levar a uma produção similar a 2024. As condições no Rio Grande do Sul são descritas como “excelentes”, e novas revisões positivas não estão descartadas. No Paraná, a colheita avança. O Brasil deve importar cerca de 6,3 milhões de toneladas, volume levemente inferior ao do ano passado, com a Argentina permanecendo como principal fornecedora. O câmbio continua no radar como variável de impacto. A valorização recente do Real reduz a competitividade externa e pode resultar em menor volume exportado e mais produto no mercado doméstico. Isso pode causar impacto no mercado exportador de trigo.

Nesse cenário, parte do trigo nacional pode ser redirecionada por cabotagem a regiões dependentes de importação, como o Nordeste. No panorama global, os países do Hemisfério Norte também registraram bons resultados. A União Europeia teve colheita de 34 milhões de toneladas na França e mais de 20 milhões na Alemanha, impulsionadas pela produtividade. A Rússia, maior exportador mundial, teve a safra revisada para cima, embora com perda de qualidade nas regiões do sul. Os Estados Unidos produziram cerca de 52,4 milhões de toneladas, com produtividade média acima de 3,5 toneladas por hectare. Os Estados Unidos estão conseguindo competir no mercado exportador de trigo, com vendas de exportação mais adiantadas que no ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.