06/Oct/2025

As vendas de trigo são pontuais no mercado interno. As propostas de compra abaixo do preço pedido dificultam os negócios. A ampla oferta na Argentina contribui para pressionar as cotações internas. No Paraná, na região de Ponta Grossa, a qualidade da nova safra do cereal é boa, mas os preços desanimam o produtor. Quem precisar de espaço ou fazer caixa ainda em outubro terá de aceitar o preço que tiver. Os moinhos indicam R$ 1.250,00 por tonelada CIF, para entrega imediata e pagamento em novembro. O vendedor, por sua vez, espera propostas acima de R$ 1.300,00 por tonelada FOB. Negócios saem, mas bem pontuais. As indicações de compradores recuaram em relação à semana anterior, em decorrência da maior oferta do cereal da Argentina, e podem cair ainda mais. O produtor deve segurar as vendas por enquanto para analisar os impactos das chuvas.

Na semana passada, foram três dias de chuvas e algumas regiões registraram granizo, o que pode afetar a qualidade do cereal. É um prejuízo pontual, mas o produtor fica mais cauteloso. Trigo argentino chega no moinho a R$ 1.280,00 por tonelada CIF. No Rio Grande do Sul, na região de Vacaria, a fraqueza das cotações inibe os negócios. Os moinhos indicam R$ 1.300,00 por tonelada CIF, para entrega no fim de outubro e pagamento em 30 dias. Os produtores indicam acima de R$ 1.350,00 por tonelada. Até o dia 28 de setembro, a colheita de trigo 2025 atingia 26,2% da área no Brasil, avanço de 3% em comparação com a semana anterior, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Há atraso, porém, ante igual período da safra 2024, quando 30,9% da área havia sido trabalhada. Também há atraso de 2,4% na comparação com a média dos últimos cinco anos, de 28,6%.

Entre os principais produtores do cereal, o Paraná já colheu 41% dos plantios. O Rio Grande do Sul ainda não iniciou a colheita. No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), divulgados no dia 30 de setembro, apontam que o trigo da safra 2025 foi retirado de 53% da área semeada e que 90% das lavouras têm condição boa, 9% média e 1% ruim. A colheita do trigo avança em diferentes regiões, já próxima da conclusão em algumas localidades. Apesar dos impactos pontuais de geadas e temporais, a maioria das lavouras mantém boas perspectivas de produtividade. 51% das lavouras estão em fase de maturação, 37% em frutificação, 11% em floração e 1% em desenvolvimento vegetativo. Nas áreas mais afetadas, especialmente pelas geadas, foram registradas baixas produtividades. Em geral, a safra apresenta resultados considerados satisfatórios e, em alguns casos, superiores às expectativas iniciais.

No Rio Grande do Sul, a Emater-RS afirma que o cenário da safra do trigo é favorável, e as lavouras apresentam elevado potencial produtivo. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado no dia 2 de outubro, do total implantado no Estado, 13% estão em desenvolvimento vegetativo, 37% em floração, 40% das lavouras em enchimento de grãos e 10% em maturação. O avanço das áreas para maturação demonstra o elevado potencial produtivo nesta safra, mas ainda dependem do clima até o final do ciclo para confirmação. A área cultivada no Estado está projetada em 1.198.276 hectares, e a estimativa de produtividade em 2.997 Kg por hectare. Na Argentina, até a última semana, 97% da safra de trigo apresentava condição entre normal e excelente na última semana, estável ante a semana anterior, segundo informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Até o momento, as estimativas de rendimento estão próximas das máximas históricas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.