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30/Sep/2025

Preços do trigo pressionados no mercado interno

Os preços do trigo no Paraná registram em setembro os menores patamares desde abril de 2024, em termos reais. No Rio Grande do Sul, os atuais valores são os mais baixos desde janeiro deste ano. A pressão vem da intensificação da colheita nacional, da desvalorização do dólar frente ao Real em setembro e da queda nos preços externos. Além disso, a suspensão temporária das retenciones (taxas de exportação) na Argentina levou compradores a reduzir ainda mais suas ofertas, forçando vendedores a aceitarem valores menores. O governo argentino havia anunciado, no dia 22 de setembro, a eliminação temporária das taxas para diversos produtos agrícolas, entre eles trigo, milho, soja, girassol, cevada e sorgo. O decreto teria validade até 31 de outubro ou até que as exportações atingissem US$ 7 bilhões.

Contudo, já em 24 de setembro, a meta foi alcançada e a medida, revogada, segundo informou a Bolsa de Rosário. No mercado interno, nos últimos sete dias, no mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 1,99% no Paraná, de 2,69% no Rio Grande do Sul, de 3,98% em Santa Catarina e de 4,47% em São Paulo. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), os recuos são de 2,69% no Paraná, de 3,23% no Rio Grande do Sul e de 3,88% em Santa Catarina. Na parcial de setembro, a média do trigo no Rio Grande do Sul está em R$ 1.262,67 por tonelada, baixas de 2,2% frente à média de agosto/2025 e de 9,2% sobre a de setembro/2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI), sendo também a menor desde janeiro/2025.

No Paraná, a média está em R$ 1.354,35 por tonelada, recuo mensal de 5,5% e queda anual 10,3%, e registrando o patamar mais baixo, em termos reais, desde abril/2024. Em São Paulo, a média de setembro está em R$ 1.259,87 por tonelada, recuos de 12% frente à de agosto e de 19,2% em relação à de setembro/2024, e a menor desde outubro/2023. Em Santa Catarina, a média é de R$ 1.364,79 por tonelada, retrações de 4,7% e 10,9%, também a mais baixa desde outubro/2023. O dólar apresenta média de R$ 5,372 na parcial de setembro, 1,35% inferior à média de agosto/2025. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 20 de setembro, a colheita somava 98% da área de Minas Gerais e Goiás, 96% de Mato Grosso do Sul, 45% de São Paulo e 35% do Paraná, totalizando 23,2% da área nacional.

No Paraná, o Departamento de Economis Rural (Deral/Seab) indicava, até o dia 22 de setembro, que 41% da safra foi colhida, sendo que 89% das lavouras estão em boas condições; 9%, em médias; e apenas 2% estão ruins, o melhor desempenho para o período em 10 anos. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS relatou, em 25 de setembro, evolução satisfatória das lavouras, com manejo fitossanitário preventivo. Até essa data, 5% das áreas estavam em maturação; 35%, em enchimento de grãos; 35%, em floração; e 25%, em desenvolvimento vegetativo. As cotações internacionais seguem pressionadas pelo avanço da colheita no Hemisfério Norte e pelo início da safra no Hemisfério Sul, mas o movimento é limitado pela redução nas estimativas de exportação da Rússia (SovEcon).

Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2025 do trigo Soft Red Winter registra desvalorização de 0,5% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,19 por bushel (US$ 190,98 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o trigo Hard Winter tem baixa de 0,3%, a US$ 5,05 por bushel (US$ 185,74 por tonelada). Em setembro, o primeiro vencimento do Soft Red Winter registra média de US$ 5,14 por bushel (US$ 189,12 por tonelada), 1,2% acima da média de agosto/2025, mas 9,7% abaixo da de setembro/2024. Para o Hard Winter, a média está em US$ 5,00 por bushel (US$ 183,80 por tonelada), quedas de 0,9% no comparativo mensal e 13,2% no anual. Nos Estados Unidos, até 28 de setembro, o plantio da safra de trigo de inverno estava em 34%, ante 37% no ano passado e 36% na média de cinco anos, conforme apontam dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Na Argentina, os preços FOB divulgados pelo Ministério da Agroindústria apresentam recuo de 1,8% nos últimos sete dias, para US$ 223,00 por tonelada, o menor valor desde novembro/2024. A média de setembro está em US$ 227,00 por tonelada, quedas de 2,4% frente a agosto/2025 e de 11,8% em relação a setembro/2024 e a mais baixa desde dezembro/2024. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de setembro (15 dias úteis), o Brasil importou 293,45 mil toneladas de trigo, 50% menos que em todo mês de setembro/2024 (591,34 mil toneladas). O preço médio está em US$ 231,36 por tonelada FOB origem, 8,1% abaixo do preço de setembro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.