22/Sep/2025
A comercialização de trigo continua enfraquecida nas principais regiões produtoras do cereal. Em Ijuí (RS) e Ponta Grossa (PR), os moinhos estão abastecidos. Enquanto as vendas seguem em ritmo lento, o trigo importado chega em grandes volumes. No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, as negociações do trigo disponível estão lentas, com compradores fora do mercado. Os vendedores fazem indicações pontuais, nos mesmos níveis da semana anterior, a R$ 1.250,00 por tonelada FOB no interior ou R$ 1.330,00 por tonelada CIF nos moinhos, para retirada ou entrega até 15 de outubro e pagamento em 30 de outubro.
Os preços estão estáveis em comparação com uma semana atrás em virtude da entrada da colheita, o que aumenta a oferta de produto no mercado. Para a safra nova, os compradores indicam R$ 1.180,00 por tonelada CIF, para entrega no porto entre novembro e dezembro e pagamento no início de janeiro de 2026. Os moinhos indicam R$ 1.100,00 por tonelada FOB, para retirada entre outubro e novembro e pagamento em 30 de novembro. O valor caiu R$ 50,00 por tonelada com relação à semana passada. O vendedor, por sua vez, indica R$ 1.200,00 por tonelada FOB. O trigo importado chega a US$ 261,00 por tonelada no armazém do vendedor em Canoas (RS). Está chegando um navio com 30 mil toneladas da Argentina.
No Paraná, o cenário também é de mercado sem grandes movimentações. Na região de Ponta Grossa, os moinhos indicam R$ 1.350,00 por tonelada CIF, para entrega e pagamento em outubro. Para entrega e pagamento em novembro, a indicação é de R$ 1.300,00 por tonelada. Os vendedores indicam entre R$ 1.350,00 e R$ 1.400,00 por tonelada, nas mesmas condições. O trigo importado está chegando em grande volume na região com preços que variam entre R$ 1.350,00 e R$ 1.370,00 por tonelada CIF Moinhos. Com relação à safra nova, os moinhos indicam R$ 1.350,00 por tonelada CIF, para entrega em outubro e R$ 1.300,00 por tonelada, para novembro.
Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), o cereal já foi colhido em 25% da área no Paraná e 85% das lavouras têm condição boa, 12% média e 3% ruim. Em áreas atingidas por geadas, a produtividade ficou abaixo do esperado. Em regiões favorecidas pelo clima seco e quente, os rendimentos têm superado as estimativas iniciais. A qualidade do grão vem sendo considerada boa, com baixo índice de doenças. Dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS) apontam que o cultivo de trigo no Estado está em pleno desenvolvimento.
As lavouras distribuem-se nos diferentes estádios fenológicos: 46% em desenvolvimento vegetativo, 32% em floração e 22% em enchimento de grãos. As condições climáticas do período, caracterizadas por alternância de dias ensolarados e elevada umidade, acompanhado por precipitações expressivas em algumas regiões, favoreceram o crescimento vegetativo e a progressão das plantas para fases reprodutivas. De forma geral, a cultura apresenta bom potencial produtivo, e as lavouras estão bem estabelecidas com perfilhamento adequado. A área cultivada no Estado está projetada em 1.198.276 hectares, e a estimativa de produtividade em 2.997 Kg por hectare.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a colheita do trigo 2025 alcançava, até o dia 14 de setembro, 13,8% da área semeada, avanço de 2,7% ante a semana anterior. Em comparação com igual período da safra passada, quando 17,8% da colheita estava concluída, há atraso de 4%. Ante a média dos últimos cinco anos, de 15,8%, também há atraso, de 2%. O Paraná conta com 12% da área colhida e o Rio Grande do Sul ainda não iniciou os trabalhos.
Em decorrência da possibilidade de formação de La Niña durante a safra 2025/2026 brasileira de grãos, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) na Região Sul é de volumes de chuva acima da média histórica no sudeste do Paraná e na maior parte do Rio Grande do Sul, e chuva próxima à média na maior parte do Paraná. A previsão indica a manutenção de níveis elevados de umidade no solo nos próximos meses. Essa condição é considerada favorável ao desenvolvimento de culturas de inverno, como o trigo, aveia e cevada, e contribui para o adequado crescimento vegetativo das culturas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.