15/Sep/2025
A comercialização de trigo continua lenta no Paraná e no Rio Grande do Sul, principais regiões produtoras no País. No Paraná, na região de Cascavel, a demanda de moinhos garante alguma movimentação no mercado, mas ainda com pouco fôlego, com produtores tentando fixar preços mais altos e segurando as vendas. Os moinhos do leste do Estado se abastecem do cereal do Rio Grande do Sul. Há registro de negócios entre R$ 1.300,00 e R$ 1.320,00 por tonelada CIF para trigo de panificação e a R$ 1.500,00 por tonelada CIF para trigo branqueador, para entrega e pagamento em novembro. Para safra nova, há registro de negócios a R$ 1.150,00 por tonelada FOB (do Rio Grande do Sul para o Paraná). Com o início da colheita de trigo novo no Paraná, a comercialização começa a tomar forma, mas com vendedores segurando os lotes. Os produtores indicam R$ 1.500,00 por tonelada FOB, mas não há compradores neste nível. Também há ofertas entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00 por tonelada FOB, com compradores nos mesmos níveis, mas em CIF.
Na região norte do Paraná, os vendedores indicam para safra nova entre R$ 1.380,00 e R$ 1.400,00 por tonelada FOB. Na região de Curitiba, há registro de negócios de trigo novo entre R$ 1.450,00 e R$ 1.470,00 por tonelada CIF moinhos, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. Para o trigo da safra nova do Paraguai, os vendedores fixam a US$ 258,00 por tonelada, posto em Ponta Grossa, e os compradores indicam US$ 240,00 por tonelada no Porto de Paranaguá (PR). No caso do cereal da Argentina posto no Porto de Antonina (PR), as ofertas chegam a US$ 270,00 por tonelada para setembro, US$ 272,00 por tonelada para outubro e US$ 274,00 por tonelada para novembro. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita da safra de trigo 2025 atingia 12% da área semeada no dia 9 de setembro. Além disso, 83% das lavouras têm condição boa, 12% média e 5% ruim. O trigo apresenta grande diversidade de estágios, entre frutificação, maturação e início de colheita.
Regiões atingidas por geadas indicam produtividades muito baixas, mas as demais lavouras mantêm bom potencial produtivo e devem compensar as perdas localizadas. No Rio Grande do Sul, na região de Vacaria, o mercado está em um período baixista e sob influência do cenário internacional e do dólar enfraquecido, o que desestimula as vendas. Também se observa excesso de oferta e baixa moagem. Compradores e vendedores indicam para o cereal da safra 2024 na média de R$ 1.350,00 por tonelada CIF moinho, enquanto o trigo da safra remanescente é oferecido a R$ 1.200,00 por tonelada CIF moinho. Mas, o mercado está parado, um reflexo do cenário internacional. Além disso, a colheita de trigo no Estado deve começar apenas em outubro. O cereal importado da Argentina segue chegando com ofertas a R$ 1.500,00 por tonelada CIF moinho. As exportações ainda não ocorrem. Segundo a Emater-RS, o potencial produtivo das lavouras de trigo do Rio Grande do Sul é promissor.
As temperaturas amenas favorecem o ciclo da cultura. 55% das lavouras estão na fase final do ciclo vegetativo, 30% estão em floração e 15% estão em enchimento de grãos. A área cultivada no Estado é projetada em 1.198.276 hectares e a produtividade, em 2.997 Kg por hectare. Em sua mais recente previsão de safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) destacou uma redução de 19,9% da área destinada para o trigo na safra 2025 em relação à safra passada, totalizando 2,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar uma recuperação, saindo de 2.579 quilos por hectare em 2024 para 3.077 quilos por hectare neste ano. Ainda assim, a produção está estimada em 7,54 milhões de toneladas nesta safra, redução de 4,5% em comparação com a temporada passada (7,90 milhões de toneladas). Segundo a StoneX, a safra de trigo 2025 no Brasil já está consolidada e avança no processo de colheita em algumas regiões do País. A consultoria manteve a estimativa dos números de produção em 7,3 milhões de toneladas, o mesmo montante projetado em agosto.
Os recentes eventos climáticos não trouxeram impactos relevantes para as produtividades, apesar de algumas quebras bastantes pontuais. O sentimento continua bastante positivo em relação aos rendimentos da cultura nesta temporada. O setor está de olho no cenário cambial atual, que poderá reduzir o potencial de exportação em virtude da baixa competitividade do País, que pode refletir no balanço de oferta e demanda. Na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosário afirmou que 97,5% da safra 2024/2025 de trigo apresentava condição entre normal e excelente na última semana, ante 98% na semana anterior. Quanto ao plantio da safra 2025/2026, o excesso de chuvas no Pampa pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras. Ainda assim, o potencial de produção pode superar 20 milhões de toneladas, a depender do regime de precipitação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.