09/Sep/2025
As importações de trigo seguem em ritmo elevado. Apesar da queda verificada em agosto/2025 (frente a julho/2025 e em relação a agosto/2024), o volume adquirido no acumulado de 2025 (de janeiro a agosto) é o maior desde 2007. Os preços externos mais atrativos têm estimulado as moageiras brasileiras a ampliarem as compras, sobretudo de países vizinhos. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em agosto, foram importadas 493,23 mil toneladas de trigo, 20% a menos que em julho/2025 e 9,5% abaixo do volume registrado em agosto/2024. Ainda assim, no acumulado dos últimos 12 meses (de setembro/2024 a agosto/2025), a quantidade está 13,5% superior aos 12 meses anteriores, totalizando 6,77 milhões de toneladas. No acumulado de 2025, a importação soma 4,68 milhões de toneladas, alta de 2,7% em relação a 2024. A Argentina segue como principal fornecedora, responsável por 94,4% das compras brasileiras em agosto/2025 (465,61 mil toneladas). O Paraguai respondeu pelos 5,6% restantes, com 27,54 mil toneladas.
O preço médio das importações em agosto foi de US$ 231,82 por tonelada, o menor desde fevereiro/2025. Considerando-se o dólar médio de R$ 5,44, o valor equivale a R$ 1.262,52 por tonelada. Esse patamar se mantém competitivo para as moageiras. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), entre 25 e 29 de agosto, a paridade de importação do trigo argentino foi de US$ 249,46 por tonelada posto no Paraná (R$ 1.352,94 por tonelada), enquanto a média no Estado ficou em R$ 1.409,13 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade foi de US$ 233,48 por tonelada (R$ 1.266,26 por tonelada), contra R$ 1.284,35 por tonelada no mercado doméstico. Até 30 de agosto, a colheita avançava em Goiás (87%), em Minas Gerais (80%), em Mato Grosso do Sul (52%) e havia sido iniciada no Paraná (2%); na média nacional, área colhida soma 9,1%, segundo a Conab. No Paraná, de acordo com dados do dia 2 de setembro do Departamento e Economia Rural (Deral/Seab), 5% da área já havia sido colhida, com 80% das lavouras em boas condições; 14%, em médias; e 6%, em ruins.
Em relação aos estágios, 31% estavam em maturação; 42%, em frutificação; 16%, em floração; e 12%, em desenvolvimento vegetativo. A colheita ainda é parcial, devido à umidade dos grãos, mas deve ganhar ritmo nas próximas semanas. A baixa incidência de pragas e doenças tem mantido o quadro fitossanitário favorável. No Rio Grande do Sul, conforme dados da Emater-RS do dia 4 de setembro, a cultura apresenta bom desenvolvimento, com umidade no solo e forte radiação solar, o que favorece perfilhamento e crescimento dos colmos. As perspectivas seguem positivas. Atualmente, 70% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo; 20%, em floração; e 10%, em enchimento de grãos. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram recuo de 0,86% no Paraná, 0,66% no Rio Grande do Sul, 1,1% em Santa Catarina e 4,27% em São Paulo, reflexo da proximidade da nova safra. No mercado de balcão (preço pago ao produtor), as variações são pequenas nos últimos sete dias: queda de 0,12% no Paraná e leves altas em Santa Catarina (+0,22%) e no Rio Grande do Sul (+0,1%).
A ampla oferta mundial segue pressionando os futuros. Na Bolsa de Chicago, o contrato Setembro/2025 do trigo Soft Red Winter apresenta baixa de 3,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,01 por bushel (US$ 184,09 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato setembro/2025 do Hard Winter tem recuo de 2,2% no mesmo comparativo, a US$ 4,81 por bushel (US$ 177,01 por tonelada). No dia 4 de setembro, o primeiro vencimento registrou o menor valor desde o final de setembro/2020, ao fechar a US$ 4,79 por bushel. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita do trigo de inverno foi concluída no país, enquanto a colheita de primavera alcançava 85% da área até 7 de setembro, ante 83% no ano passado e 84% na média de cinco anos. O plantio da safra de trigo de inverno estava em 5%, ante 5% no ano passado e 6% na média. Na Argentina, os preços FOB divulgados pelo Ministério da Agroindústria registram baixa de 1,3% nos últimos sete dias, a US$ 228,00 por tonelada. A média mensal de setembro/2025 é de US$ 229,20 por tonelada, 1,5% abaixo da média de agosto/2025 e 11% inferior à de setembro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.