ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Sep/2025

Preço do trigo enfraquecido e comercialização lenta

A comercialização de trigo anda a passos lentos no Brasil. No Paraná, na região de Cascavel, o trigo importado da Argentina e do Paraguai continua chegando, ainda que em volumes menores em decorrência da baixa lucratividade dos moinhos. Importar o cereal dos países vizinhos faz mais sentido para os compradores, já que a qualidade é melhor do que a do trigo nacional e os preços estão praticamente na mesma faixa. As vendas estão paradas em Cascavel. Os moinhos estão sem lucratividade e, portanto, estão comprando pouco. Com o fim dos estoques de trigo remanescente no Estado, as compras têm se concentrado no cereal importado da Argentina e do Paraguai.

Para setembro, o preço do cereal importado é de R$ 1.533,00 por tonelada. Cerca de 75% dos moinhos estão no oeste do Paraná, a menos de 100 quilômetros do Paraguai, então, é mais fácil comprar trigo deste país. Há registro de negócios de trigo importado a US$ 270,00 por tonelada com acréscimo de frete, para retirada e pagamento no Porto de Antonina na segunda quinzena de setembro. Enquanto isso, os compradores indicam para o trigo da safra nova R$ 1.500,00 por tonelada CIF posto moinho. Os preços do trigo importado e do nacional estão muito próximos. O valor do cereal importado, que apresenta qualidade superior ao nacional, para dezembro sai a R$ 1.509,00 por tonelada.

No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, o cenário também é de vendas pontuais, em decorrência da paridade com os preços de exportação. A queda do dólar na semana passada foi outro fator que acabou respingando nas vendas da safra nova. Os preços estão estáveis. Para trigo da safra 2024, os compradores indicam R$ 1.250,00 por tonelada FOB no interior do Estado, para retirada em setembro e pagamento a partir de 15 de outubro. Os vendedores indicam a partir de R$ 1.300,00 por tonelada no interior, mas alguns acabam cedendo. Há também indicação de R$ 1.320,00 por tonelada CIF moinhos, para entrega outubro ou novembro e pagamento 30 dias após começo do embarque. Os preços estão pouco atrativos em decorrência da influência do dólar baixo e da paridade com os preços de exportação.

Os moinhos colocam-se na defensiva e compram só em caso de necessidade. Com relação à safra nova, os moinhos do Rio Grande do Sul ainda não estão se preparando, mas há registro de negócios pontuais para o Paraná a R$ 1.160,00 por tonelada FOB interior do Rio Grande do Sul. Os preços do novo trigo registram recuo nos últimos sete dias com a queda do dólar. Há sete dias, o cereal era negociado a R$ 1.240,00 por tonelada CIF porto. Agora, está em R$ 1.220,00 por tonelada. Ainda que o trigo importado não esteja chegando no Estado, o cereal importado disponível nos armazéns continua negociado a R$ 1.490,00 por tonelada CIF moinho, preço um pouco mais baixo que na semana passada. As exportações do trigo do Rio Grande do Sul só começam a partir de novembro.

Levantamento da Emater-RS indica que o trigo apresenta desenvolvimento e condição fitossanitária adequados, em virtude da alternância regular entre períodos chuvosos e secos nas últimas semanas. A disponibilidade hídrica no solo e a elevada incidência solar têm proporcionado condições para o perfilhamento, para o alongamento de colmos e para o início das fases reprodutivas. Atualmente, 70% das lavouras de trigo estão em fase vegetativa, 20% em floração e 10% em enchimento de grãos. O cenário estadual permanece dentro da normalidade, e há perspectivas positivas de produtividade, caso as condições climáticas sigam favoráveis ao longo do período crítico de floração e enchimento de grãos.

Segundo dados Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita de trigo 2025 atingia, no dia 29 de agosto, 9,1% da área, avanço de 1,4% em comparação com a semana anterior. Em relação a igual período da safra passada, que apontava colheita de 11,6%, os trabalhos estão 2,5% atrasados. Em relação à média dos últimos cinco anos, de 10,3%, também há atraso, de 1,2 ponto porcentual. Entre os Estados que iniciaram a colheita do cereal, Goiás, com 87% da área colhida, lidera os trabalhos, seguido por Minas Gerais, com 80%, e Mato Grosso do Sul, com 52%. Paraná e Rio Grande do Sul, os dois maiores produtores de trigo do País que tem o ciclo mais tardio, têm os trabalhos de campo mais lentos. Das lavouras do Paraná, 2% já foram colhidas, enquanto as áreas do Rio Grande do Sul permanecem totalmente plantadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.