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02/Sep/2025

Preços do trigo pressionados no mercado interno

Com moinhos abastecidos, as negociações de trigo em grão permanecem limitadas. Os vendedores estão focados no desenvolvimento da safra, nos trabalhos de campo e no início da colheita na Região Sul do Brasil. Aqueles com necessidade imediata acabam cedendo nos valores pedidos, enquanto moageiras bem estocadas ofertam preços ainda menores. Além disso, a proximidade da entrada de maior volume da safra 2025, as boas expectativas de produtividade, a taxa cambial em patamares mais baixos e a ampla oferta mundial reforçam a pressão sobre as cotações internas. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), divulgados em 26 de agosto, a colheita da safra 2025 foi iniciada no Paraná, somando 2% da área. Os primeiros resultados indicam boa produtividade. O manejo segue constante, devido à incidência de doenças, como ferrugem e oídio, mas a expectativa de rendimento é positiva. Quanto às condições das lavouras, 83% estavam classificadas como boas, 12%, como médias e 5%, ruins.

Em relação ao estágio, 19% estavam em maturação; 45%, em frutificação; 20%, em floração; e 16%, em desenvolvimento vegetativo. No Rio Grande do Sul, conforme a Emater-RS, as chuvas da última semana tiveram intensidade variada. Nas principais áreas de cultivo, as precipitações foram moderadas e não causaram danos significativos às lavouras. De modo geral, o desenvolvimento segue positivo, embora triticultores mantenham preocupação com doenças fúngicas, em razão do excesso de umidade no solo. Até o dia 28 de agosto, 82% das lavouras estavam em desenvolvimento vegetativo; 15%, em floração; e 3%, em enchimento de grãos. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram recuo de 1,05% no Paraná, 0,51% no Rio Grande do Sul, 0,12% em Santa Catarina e 3% em São Paulo. No mercado de balcão (preços pagos ao produtor), as quedas são de 0,24% no Paraná e de 0,13% no Rio Grande do Sul, enquanto em Santa Catarina os preços permanecem estáveis.

Em agosto/2025, a média mensal no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.291,08 por tonelada, quedas de 2% frente a julho/2025 e de 12,2% em relação a agosto/2024, em termos reais (deflacionados pelo IGP-DI). No Paraná, a média é de R$ 1.433,50 por tonelada, baixas de 2,9% sobre julho e de 9,4% frente a agosto/2024. Em São Paulo, os recuos foram de 4,6% no comparativo mensal e de 12,6% no anual, com média de R$ 1.431,12 por tonelada em agosto/2025. Em Santa Catarina, a cotação média foi de R$ 1.432,41 por tonelada, retrações de 0,6% e 7,6%, respectivamente. Na última semana de agosto, os futuros do trigo na Bolsa de Chicago se recuperaram, influenciados pelo desempenho do milho, já que ambos competem em parcela do consumo animal. Porém, no comparativo mensal, as cotações acumularam quedas, devido ao avanço da colheita no Hemisfério Norte e às boas perspectivas para a safra no Hemisfério Sul. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 99,5% das lavouras de trigo na Argentina estavam em condição de normal a excelente.

Na Bolsa de Chicago, o contrato setembro/2025 do trigo Soft Red Winter registra alta de 2,6% nos últimos sete dias, a US$ 5,18 por bushel (US$ 190,33 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato setembro/2025 do Hard Winter tem recuo de 1,1% no mesmo período, a US$ 4,92 por bushel (US$ 181,05 por tonelada). No dia 27 de agosto, especificamente, a cotação foi de US$ 4,85 por bushel, o menor valor para o primeiro vencimento desde setembro/2020. Em agosto, o primeiro vencimento do Soft Red Winter teve média de US$ 5,08 por bushel (US$ 186,96 por tonelada), queda de 5,8% sobre julho/2025 e de 3,5% frente a agosto/2024. No Kansas, o Hard Winter teve média de US$ 5,04 por bushel (US$ 185,50 por tonelada), recuo mensal de 2,7% e anual de 7,4%. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a colheita do trigo de inverno está em 98%, avanço semanal de 4%, em linha com o mesmo período do ano passado e a média dos últimos 5 anos.

A colheita da safra de primavera alcançava 53% da área até 24 de agosto, avanço de 17% na semana, 5% acima de 2024 e em linha com a média dos últimos cinco anos. Quanto às condições, 49% das lavouras estavam boas/excelentes; 33%, regulares; e 18%, ruins ou muito ruins. Na Argentina, os preços FOB divulgados pelo Ministério da Agroindústria permanecem estáveis nos últimos sete dias, em US$ 231,00 por tonelada. A média mensal de agosto/2025 é de US$ 232,60 por tonelada, 0,3% acima da média de julho/2025, mas 13,6% abaixo da de agosto/2024. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a 4ª semana de agosto (16 dias úteis), o Brasil importou 338,14 mil toneladas de trigo, volume 38% menor que em agosto/2024 (544,79 mil toneladas no mês cheio). O preço médio do cereal importado foi de US$ 231,84 por tonelada FOB origem, 12,4% inferior ao de agosto/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.