01/Sep/2025

A comercialização de trigo no mercado interno se arrasta, sem acordo sobre preço. O fato de a indústria moageira estar abastecida colabora para esse esvaziamento dos negócios. No Paraná, os vendedores recusam os preços oferecidos pela safra nova. As indicações dos moinhos são de R$ 1.400,00 por tonelada CIF, para entrega em outubro e pagamento em novembro. O produtor, por sua vez, pede R$ 1.500,00 por tonelada FOB, nos mesmos prazos. Porém, a estratégia de segurar a oferta pode não trazer resultados: vai ter excesso de oferta e os preços não ficarão mais altos. Continua chegando no oeste do Paraná lotes de trigo paraguaio a US$ 240,00 por tonelada ou R$ 1.312,80 por tonelada. Nas regiões de Ponta Grossa e Curitiba, as indicações chegam a U$ 255,00 por tonelada ou R$ 1.395,00 por tonelada. O cereal argentino é oferecido a US$ 270,00 por tonelada no porto de Antonina para a segunda quinzena de setembro. Os preços do trigo importado estão caindo, mas ainda estão muito acima do nacional.

No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, a disponibilidade de trigo da safra passada é pequena, mas as indústrias estão abastecidas. Para o trigo da safra 2024, os compradores indicam R$ 1.250,00 por tonelada FOB no interior e R$ 1.320,00 por tonelada CIF moinho, para entrega ou embarque em setembro e pagamento em 15 de outubro. Os preços consideram a qualidade do cereal, a taxa de câmbio e o valor do trigo argentino. Saem lotes bem pontuais porque o produtor está pedindo mais. Há registro de negócios com trigo da safra nova (2025) para exportação e para moinhos locais. Em agosto, as vendas foram menos expressivas. Para exportação, os compradores indicam R$ 1.240,00 por tonelada CIF, para entrega em dezembro e pagamento em janeiro. Os preços da safra nova estão se mantendo, mas abaixo das expectativas do produtor. A indústria moageira do Estado segue recebendo trigo da Argentina. Em agosto, cerca de 60 mil toneladas do cereal foram importadas, com indicações de R$ 1.500,00 por tonelada CIF moinho.

Segundo a Emater-RS, no Rio Grande do Sul, a colheita de trigo avança muito lentamente. Os trabalhos foram iniciados em áreas implantadas antes do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e que sofreram danos por geadas em julho. No Paraná, dados mais recentes do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam que o cereal se encontra majoritariamente nas fases de frutificação e floração, com algumas lavouras avançando para a maturação fisiológica. A cultura está 100% plantada, com 83% das lavouras em condição boa, 12% média e 5% ruim. No cenário internacional, a consultoria Hedgepoint Global Markets chamou atenção para o aumento da produção de trigo na Argentina, onde a produção pode chegar a 53 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.