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18/Aug/2025

Preços pressionados e negociação pontual no spot

A comercialização de trigo da safra nova, que está em desenvolvimento no campo, avança no mercado interno. Nas principais regiões produtoras, ocorrem acordos de bons volumes de trigo para entrega futura. Nas negociações envolvendo cereal remanescente da safra antiga, giram apenas lotes pontuais. Os preços internos continuam pressionados, acompanhando paridade de importação e mercado externo. Os moinhos recebem lotes de cereal importado para alongamento de estoques e uso imediato na mescla. No Paraná, na região dos Campos Gerais, a negociação com trigo no spot é lenta. A entrada de trigo importado em grande volume, principalmente da Argentina e do Paraguai, trava acordos internos. Em Ponta Grossa, enquanto os moinhos indicam R$ 1.400,00 por tonelada CIF moinho, para entrega em setembro e pagamento em outubro, o produto argentino chega entre R$ 1.430,00 e R$ 1.450,00 por tonelada. No Rio Grande do Sul, as compras acompanham o ritmo do Paraná, enquanto os compradores monitoram o desenvolvimento das lavouras da nova safra e já fazem negociações.

O trigo importado também se mantém como protagonista no Rio Grande do Sul. Apesar de o produto importado estar cotado na mesma base das pedidas de produtores, que indicam entre R$ 1.450,00 a R$ 1.500,00 por tonelada, a indústria prefere o produto vindo de fora, porque tem mais qualidade. O grão que sobrou no silo é da safra velha; não tem mais tanta qualidade quanto o trigo recém-colhido no Mercosul. As indicações para a safra nova de trigo no Brasil, referente ao ciclo 2025, que será colhida neste segundo semestre, giram em cerca de R$ 1.350,00 por tonelada CIF, para entrega em outubro e pagamento em novembro. De maneira geral, no mercado interno, os preços estão pressionados pela queda do dólar, mesmo com geada em alguns pontos do Paraná e em São Paulo. Por enquanto, o clima na região dos Campos Gerais (PR) não tem prejudicado as lavouras de trigo. Há somente previsão de La Niña mais para a frente, que pode provocar chuvas bem na época da colheita, e pode ser que isso atrapalhe e afete a qualidade. Sobre o trigo importado, depois que o governo da Argentina baixou de forma permanente o imposto de exportação para o trigo, começou a chegar cereal em maior volume no Paraná.

Até mesmo moinhos pequeno estão comprando o trigo argentino. Com a perspectiva de chuvas na época da colheita no Paraná, os moinhos estão esticando estoques com o trigo importado. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral/Seab), as lavouras de trigo no Paraná iniciaram o período reprodutivo, com 4% da área em fase de florescimento e 96% em desenvolvimento vegetativo. A regularidade das chuvas, intercaladas com períodos de elevada radiação solar e baixas temperaturas, tem favorecido um crescimento mais vigoroso das plantas. No Rio Grande do Sul, o cenário não é muito diferente. As negociações do trigo no spot são pontuais porque os moinhos já têm trigo suficiente para moer em agosto e setembro. Os preços recuaram de R$ 1.300,00 por tonelada FOB para R$ 1.260,00 por tonelada, influenciados pela queda do dólar. Enquanto isso, por conta da qualidade inferior da safra 2024, o trigo importado chega a US$ 275,00 por tonelada em Canoas e a R$ 1.500,00 por tonelada CIF moinho.

O mercado já está de olho no ciclo 2025. Os moinhos compraram 30 mil toneladas de trigo tipo pão da nova safra, mas ainda estão cautelosos com relação ao clima. O montante é considerado discreto. Com os preços nesse patamar, o vendedor fica mais resistente e os moinhos não se sentem confortáveis em comprar. Para exportação, a estimativa é de que 60 mil toneladas de trigo para moagem da nova safra já tenham sido negociadas a preços dentro do esperado no mercado internacional, em torno de R$ 1.240,00 por tonelada FOB. Até o momento, as áreas de trigo do Rio Grande do Sul não apresentam registro de perdas por geadas. A qualidade e sanidade das lavouras estão muito boas, com isso, pode-se dizer que não há áreas ruins. Apenas 5% estão medianas e 95% estão boas ou excelentes. Dados da Emater-RS, apontam que o estado das lavouras é considerado excelente, sem incidência significativa de pragas ou doenças. A área cultivada no Estado está projetada em 1.198.276 hectares, com estimativa de produtividade de 2.997 quilos por hectare. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.