ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Aug/2025

Tendência é de baixa para preços internos do trigo

As importações de trigo por parte do Brasil seguiram em alta em julho, com o volume acumulado em 12 meses ficando quase 20% superior ao do período anterior. Enquanto isso, as cotações internas seguem pressionadas, em linha com o observado no cenário externo. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em julho, chegaram ao Brasil 616,91 mil toneladas de trigo, 26,7% a mais que em junho/2025, mas 4,3% menor que o importado em julho/2024. No acumulado de 12 meses (de agosto/2024 a julho/2025), chegaram ao Brasil 6,83 milhões de toneladas de trigo, quantidade 19,9% maior que a adquirida entre agosto/2023 e julho/2024. O preço médio das importações foi de US$ 236,79 por tonelada em julho; que, em Reais, utilizando-se o dólar médio de R$ 5,52, seria equivalente a R$ 1.308,99 por tonelada.

De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 28 de julho a 1º de agosto (informações mais recentes), a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 249,50 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,58, o cereal importado foi negociado a R$ 1.392,74 por tonelada, ao passo que, na média do mesmo período, o preço Cepea foi de R$ 1.471,68 por tonelada no Estado. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 233,58 por tonelada, o equivalente a R$ 1.303,87 por tonelada, enquanto o preço Cepea para o Estado esteve em R$ 1.291,78 por tonelada. Quanto às origens do volume importado, em julho/2025, vieram 518 mil toneladas da Argentina, representando 84% do total; 79,76 mil toneladas vieram dos Estados Unidos (12,9% do total, sendo, inclusive, o maior volume importado de trigo norte-americano desde outubro/2024); outras 19,14 mil toneladas tiveram como origem o Paraguai (3,1%).

Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços do trigo apresentam baixa de 1,74% em Santa Catarina, 0,21% no Paraná e se mantêm estáveis no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as quedas são de 1,39% em São Paulo, de 0,58% em Santa Catarina e de 0,07% no Paraná; no Rio Grande do Sul, é verificado avanço, de 0,21%. Os futuros do trigo estão em baixa na Bolsa de Chicago, diante da entrada do grão do Hemisfério Norte no mercado. O contrato Setembro/2025 do trigo Soft Red Winter regista leve queda de 0,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,14 por bushel (US$ 189,05 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Setembro/2025 do trigo Hard Winter apresenta desvalorização de 0,1% no mesmo intervalo, cotado a US$ 5,18 por bushel (US$ 190,42 por tonelada).

Quanto à safra nos Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 3 de agosto, a colheita de trigo de inverno avançou 6%, atingindo 86% das lavouras, em linha com o mesmo período do ano passado e com a média dos últimos cinco anos. Na safra de primavera, a colheita, até o dia 3 de agosto, soma 5% do total; com 48% das lavouras entre condições boas/excelentes; 35%, em razoáveis; e 17% em ruins ou muito ruins. Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria registram recuo de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 234,00 por tonelada. A média de agosto/2025 está em US$ 234,50 por tonelada, 1,2% acima da média de julho/2025 e 13% menor que a de agosto/2024. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a semeadura de trigo da safra 2025/2026 na Argentina foi finalizada, com área total de 6,7 milhões de hectares. Até o momento, 81,9% da área possui umidade adequada/ótima e 98% estão em condições de cultivo entre normais/excelentes. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.