28/Jul/2025
O mercado de trigo na Região Sul do Brasil segue travado, com a chegada de produto argentino limitando as negociações do cereal nacional. No Paraná, na região de Ponta Grossa, os moinhos indicam no máximo R$ 1.450,00 por tonelada CIF, mas os produtores indicam R$ 1.500,00 por tonelada FOB. Está chegando trigo importado e os moinhos não querem pagar mais que R$ 1.500,00 por tonelada. No Paraná, o valor médio é de R$ 1.470,42 por tonelada, recuo de 1,23% no acumulado mensal. No Rio Grande do Sul, a cotação chegou a R$ 1.288,17 por tonelada, queda de 3,68% no mês.
No Paraná, na região dos Campos Gerais, a oferta interna permanece restrita, mas a concorrência com o produto importado trava as negociações. O trigo argentino chega entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00 por tonelada CIF moinho. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que as importações brasileiras de trigo até a segunda semana de julho somaram 268,89 mil toneladas, volume 58% inferior ao registrado no mês completo de julho de 2024. O preço médio do cereal importado foi de US$ 238,9 por tonelada FOB origem, queda de 8% no comparativo anual.
Para a safra nova, moinhos indicam R$ 1.350,00 por tonelada CIF para novembro e R$ 1.450,00 por tonelada para outubro, mas os produtores não manifestam interesse. No Rio Grande do Sul, apenas moinhos locais atuam no spot, comprando estritamente o necessário. O preço negociado fica entre R$ 1.300,00 e R$ 1.320,00 por tonelada FOB, para retirada no interior do Estado e embarque em agosto e pagamento no início de setembro. Os preços se mantêm estáveis. De maneira geral, os moinhos estão abastecidos no Estado, com grão suficiente para agosto e parte de setembro.
As aquisições de trigo importado continuam, mas em ritmo menor do que no ano passado. Os preços este ano vão ser balizados mais pela safra na Argentina do que no Brasil, pois a colheita deve ser menor no País. A safra na Argentina, ao contrário, promete ser volumosa, o que deve mexer nos preços, além da taxa de câmbio. Entretanto, não há como garantir tendência neste momento, pois a principal variável, agora, é a taxa de câmbio. O trigo remanescente da safra passada no Rio Grande do Sul ainda tem qualidade. Mas, mesmo assim o produtor está preferindo aguardar por preços mais altos para liberar lotes volumosos. Além disso, há questões de poupança verde e de imposto de renda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.