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21/Jul/2025

Preços do trigo estáveis no mercado doméstico

A comercialização de trigo está fluindo mais no Rio Grande do Sul, mas continua patinando no Paraná, as duas principais praças produtoras do cereal. Ainda há concorrência com o trigo importado e baixo volume estocado, o que limita a saída de lotes volumosos. Além disso, com a perspectiva de queda de área plantada na Região Sul do País, os moinhos terão de recorrer mais, ainda este ano, ao grão proveniente sobretudo da Argentina. A indústria moageira segue adquirindo cereal do exterior. Conforme dados parciais de julho da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a média diária importada alcançou, até a segunda semana de julho (9 dias úteis), 29.877, volume 6,6% acima da média diária do mês inteiro de julho de 2024.

O valor pago, até o momento, é de US$ 238,90 por tonelada, abaixo dos US$ 259,70 por tonelada de julho/2024. No Paraná, na região de Ponta Grossa, a comercialização segue lenta, apesar das indicações de até R$ 1.450,00 por tonelada CIF moinho. Os vendedores mantêm a pedida nesse nível no FOB, mas os compradores resistem. O produtor que ainda tem trigo está capitalizado. Quem ficou com lote maior espera um valor mais alto ou simplesmente não negocia. Os moinhos menores têm optado pelo trigo importado, mesmo pagando mais caro. Os moinhos estão pagando R$ 1.500,00 por tonelada CIF pelo cereal argentino. Esses agentes não querem negociar trigo nacional. Além disso, no Rio Grande do Sul, há indicações de compra entre R$ 1.260,00 e R$ 1.270,00 por tonelada FOB, o que reforça a dificuldade de competição para o cereal do Paraná.

Para a nova safra, a indústria no Estado oferece R$ 1.400,00 por tonelada CIF para outubro e R$ 1.350,00 por tonelada para novembro, ambos com pagamento em prazo estendido. A venda, no entanto, ainda não ganha volume. O produtor indica R$ 1.500,00 por tonelada. As incertezas climáticas também entram na equação. O receio com geadas tardias adiciona cautela às decisões de venda. Esse ano está mais complicado. Se tiver quebra e o preço reagir, vai ter fila de comprador. Parte do trigo remanescente na região ainda está em estágio de floração, e a expectativa é a de que a maturação ocorra mais tarde que o usual. O desenvolvimento da safra está atrasado. Na região da Serra Gaúcha, lotes pontuais de trigo no spot têm sido negociados, embora os preços estejam estáveis.

O cereal tem sido negociado por volta de R$ 1.350,00 por tonelada FOB em Vacaria e Lagoa Vermelha; R$ 1.300,00 por tonelada FOB em Cruz Alta e R$ 1.280,00 FOB na região das Missões. Para entrega no moinho, os preços alcançam os níveis de R$ 1.400,00 por tonelada. A comercialização destravou porque alguns produtores resolveram vender. Embora a fluidez tenha melhorado no spot, os preços não devem reagir, a não ser que algo muito diferente aconteça, como a subida do dólar ou o mercado externo aumente seus números, ou ao contrário, reduza, com alguma quebra de safra em fornecedor importante, o que não está no cenário atual. Por enquanto, no Rio Grande do Sul, o plantio está quase encerrado e o desenvolvimento das lavouras segue normalmente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.