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14/Jul/2025

Preços estáveis com a baixa liquidez no mercado

Moinhos, principalmente os do Paraná, seguem se abastecendo de trigo argentino e, com isso, a comercialização no spot brasileiro está travada. A indústria moageira intensifica compras do país vizinho para garantir estoques, tendo em vista a perspectiva de redução da safra brasileira do cereal. Até o momento, as quantidades importadas neste ano estão acima das de igual período de 2024. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em junho, chegaram ao Brasil 487,04 mil toneladas de trigo. Deste total, 94,1% tiveram como origem a Argentina (458,18 mil toneladas) e apenas 5,9%, o Paraguai (28,85 mil toneladas). Em relação à perspectiva de safra divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o trigo, ainda em fase de plantio em boa parte dos Estados da Região Sul, registra redução de 16,5% na área e expectativa de produção de 7,81 milhões de toneladas, queda de 0,9% em comparação com 2024 (7,89 milhões de toneladas). A maior parte das lavouras está entre emergência e desenvolvimento vegetativo, mas já há áreas colhidas nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, a negociação do trigo no spot segue totalmente travada. O trigo argentino tem entrado em grande volume no Estado, além do cereal do Rio Grande do Sul e, com isso, os moinhos demandam pouco o produto paranaense. O desconto sobre as 'retenciones' continuou no trigo na Argentina, o que estimula as vendas para o Brasil. Desta forma, como moinho nos Campos Gerais tem recebido produto a R$ 1.500,00 por tonelada da Argentina, colocado na fábrica, indica no máximo R$ 1.450,00 por tonelada para o grão doméstico, o que não atrai os vendedores. O mercado está parado há algumas semanas. Além disso, há pouco trigo na região e a safra futura começa a ter perdas em função da geada que ocorreu nos plantios com a recente onda de frio. O trigo que estava perfilhando não vingou. Também haverá redução de área plantada no Rio Grande do Sul e, com isso, o mercado deu uma acalmada. Quanto ao trigo futuro, que será colhido por volta de outubro/novembro no Paraná, os moinhos indicam R$ 1.350,00 por tonelada colocada na indústria em outubro, com pagamento em novembro. Os preços para o trigo futuro também estão estáveis.

No Rio Grande do Sul, o mercado segue com poucas negociações, já que os moinhos têm cereal suficiente em estoque até julho. Há registro de negócios pontuais a R$ 1.300,00 por tonelada para trigo de qualidade, com localização mediana, para entrega em julho e pagamento em agosto. A indústria tem se queixado de moagem baixa e pouca margem. Por isso, o volume de trigo local deve ser suficiente até a entrada da safra nova. Para exportação, os preços alcançam R$ 1.305,00 por tonelada, mas não há interesse de compra. O plantio da nova safra do cereal avançou bastante na semana passada no Estado, alcançando 80% da área prevista, igualando o percentual com a safra passada. Com uma área menor no Estado, os trabalhos de campo acabam sendo rápidos e concentrados. Há uma unanimidade entre agentes de mercado que a área plantada será abaixo de 1 milhão de hectares, devendo alcançar 950 mil hectares. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.