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08/Jul/2025

Preços do trigo continuam pressionados no Brasil

A baixa oferta doméstica e preocupações quanto à possível redução na área com trigo na atual temporada têm levado moinhos brasileiros a intensificarem, mês a mês, as compras do cereal na Argentina. E, mesmo diante das recentes desvalorizações no Brasil, o cereal argentino ainda está mais atrativo que o nacional. Até o momento, as quantidades importadas neste ano estão acima das do mesmo período de 2024. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 23 a 27 de junho (dados mais recentes), a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 248,75 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,49, o cereal importado foi negociado a R$ 1.368,04 por tonelada, ao passo que, no mesmo período, o preço médio no Paraná ficou em R$ 1.491,59 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 232,84 por tonelada, o equivalente a R$ 1.280,53 por tonelada, enquanto o preço no Estados esteve em R$ 1.342,97 por tonelada.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em junho, chegaram ao Brasil 487,04 mil toneladas de trigo. Desse total, 94,1% tiveram como origem a Argentina (458,18 mil toneladas) e apenas 5,9%, o Paraguai (28,85 mil toneladas). O preço médio do trigo importado em junho/2025 foi de US$ 245,54 por tonelada, que em Reais, utilizando-se o dólar médio de R$ 5,54, seria de R$ 1.361,50 por tonelada. O volume importado no primeiro semestre de 2025 somou 3,58 milhões de toneladas, 6,3% acima do adquirido no mesmo período de 2024 (3,36 milhões de toneladas). No Brasil, segundo a Conab, até dia 28 de junho, 63,8% da área prevista já havia sido semeada. Segundo dados divulgados pela Emater-RS no dia 3 de julho, o tempo mais firme na última semana de junho permitiu um significativo avanço na semeadura de trigo no Estado, que soma 50% da área estimada. No Paraná, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 96% da área estimada foi semeada no Estado até a última semana, sendo que 4% estão em fase de germinação; 69%, em desenvolvimento vegetativo; 16%, em floração; e 11%, em frutificação.

Entretanto, houve uma piora nas condições das lavouras; até o momento, 84% estavam em boas condições; 9%, em médias; e 7%, em ruins, sendo que, até a semana anterior, quase 100% das lavouras estavam em boas condições. Isso ocorreu devido ao aumento da umidade, diante do maior volume de chuvas no Estado no momento em que as plantas estavam em fases mais avançadas. Os preços continuam em queda no Brasil, influenciados pela pressão cambial e pela retração de agentes do mercado. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), as baixas são de 0,23% no Paraná, de 0,23% no Rio Grande do Sul e de 0,46% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a redução é de 0,19% no Paraná, de 0,13% em Santa Catarina e de 0,04% no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, por outro lado, os preços têm alta de 0,44%. Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que, até o dia 29 de junho, a colheita do trigo de inverno dos Estados Unidos somava 37% da área, progresso de 18% na semana, contra 52% no mesmo período do ano passado e 42% na média dos últimos cinco anos.

As condições das lavouras pioraram: 48% estavam entre condições boas/excelentes; 32%, em médias; e 20%, em ruins ou muito ruins, aumento de 1% nas condições ruins. Esse cenário elevou os preços externos do cereal. Para a safra de primavera, 53% das lavouras estavam entre condições boas/excelentes; 33%, em razoáveis; e 14%, em ruins ou muito ruins. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 do trigo Soft Red Winter registra alta de 4,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,47 por bushel (US$ 201,26 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Julho/2025 do trigo Hard Winter tem valorização de 0,4% no mesmo intervalo, a US$ 5,18 por bushel (US$ 190,33 por tonelada). Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria apresentam alta de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 233,00 por tonelada. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou no dia 3 de julho que a semeadura de trigo da safra 2025/2026 na Argentina alcançou 78,2% da área total prevista, de 6,7 milhões de hectares. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.