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01/Jul/2025

Preço do trigo pressionado no mercado doméstico

Chuvas intensas foram registradas na Região Sul do Brasil na semana passada, em especial no Rio Grande do Sul. Além disso, também foi verificada a primeira onda de frio mais intenso, que resultou em geadas em algumas áreas do Centro-Sul do País. Por um lado, o clima mais frio favorece o desenvolvimento das lavouras, mas as chuvas intensas no Rio Grande do Sul atrapalharam os trabalhos de campo e implicaram até em perdas em algumas lavouras, que necessitarão ser replantadas. Assim, os produtores estão em alerta. Segundo dados divulgados pela Emater-RS no dia 26 de junho, as chuvas intensas atrasaram a semeadura de trigo no Rio Grande do Sul, que avançou apenas 2% no comparativo semanal, alcançando 39% da área semeada. No Paraná, segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), divulgados em 24 e 26 de junho, 91% do trigo já foi semeado no Estado, sendo que 7% estão em fase de germinação; 81%, em desenvolvimento vegetativo; 11%, em floração e 1% está em frutificação.

Boa parte das lavouras em fase de desenvolvimento deve ser beneficiada com o frio e as geadas, mas este mesmo quadro climático pode afetar as que tiveram semeadura precoce, que já estão em fase de floração e/ou enchimento dos grãos. No Brasil, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até 21 de junho, 56,6% da área estimada havia sido semeada. A Conab também indicou o início da semeadura em Santa Catarina e da colheita da safra de 2025 em Goiás. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços apresentam baixa de 1,2% no Paraná, 0,28% no Rio Grande do Sul e 0,43% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há redução de 2,58% em São Paulo (com as chuvas favorecendo o desenvolvimento do cereal); 1,2% no Rio Grande do Sul e 0,75% no Paraná, mas as cotações se mantêm estáveis em Santa Catarina (-0,02%). Em junho/2025, a média mensal do trigo negociado no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.351,87 por tonelada, quedas de 4% frente à média de maio/2025 e de 10,1% em relação a junho/2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI).

No Paraná, o valor médio foi de R$ 1.511,75 por tonelada, baixas de 2,4% no comparativo mensal e de 5,7% no anual. Em São Paulo, os recuos foram de 4,4% e 10,9%, nos mesmos comparativos, a R$ 1.533,10 por tonelada em junho/2025. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.469,94 por tonelada, alta de 0,5% frente à média de maio/2025, mas queda de 6,5% frente a junho/2024. Com o avanço da colheita de trigo no Hemisfério Norte e o cessar-fogo entre Israel e Irã (que reduz as preocupações quanto ao fluxo de comércio dos grãos), os preços externos registram forte pressão. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 do trigo Soft Red Winter tem recuo de 7,6% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,24 por bushel (US$ 192,81 por tonelada). No dia 26 de junho, especificamente, esse contrato registrou o menor valor do mês. Na Bolsa de Kansas, o contrato Julho/2025 do trigo Hard Winter apresenta forte queda de 8,4% no mesmo intervalo, cotado a US$ 5,16 por bushel (US$ 189,60 por tonelada).

Em junho, o primeiro vencimento do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago teve média de US$ 5,41 por bushel (US$ 198,99 por tonelada), alta de 3,2% frente à média de maio/2025, mas queda de 9,6% em relação a junho/2024. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter teve média de US$ 5,38 por bushel (US$ 197,73 por tonelada) em junho, alta de 3% no comparativo mensal, mas baixa de 14% no anual. Quanto à safra nos Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 22 de junho, das lavouras de trigo de inverno, 49% estavam entre condições boas/excelentes; 32%, médias; e 19%, ruins ou muito ruins. Ainda para o trigo de inverno, 19% das lavouras haviam sido colhidas, avanço de 9% no comparativo semanal, contra 38% no ano passado e 28% na média dos últimos cinco anos. Para a safra de primavera, 54% das lavouras estavam entre condições boas/excelentes; 31%, em razoáveis; e 15% em situação ruim ou muito ruim.

Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria registram recuo de 1,7% nos últimos sete dias, a US$ 232,00 por tonelada. Na média de junho/2025, o valor está 0,66% abaixo do de maio/2025 e 19% menor que em junho/2024. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires informou que a semeadura de trigo da safra 2025/2026 na Argentina alcançou 72,7% da área total prevista, de 6,7 milhões de hectares. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a terceira semana de junho (com 14 dias úteis), as importações brasileiras de trigo somaram 330,54 mil toneladas, volume 45% menor quando comparado ao mês cheio de junho/2024 (603,93 mil toneladas). O preço médio do cereal importado foi de US$ 245,70 por tonelada FOB origem, alta de 0,3% no comparativo anual. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.