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24/Jun/2025

Preços do trigo estão estáveis no mercado interno

Os preços de importação do trigo, sobretudo da Argentina, operam abaixo dos valores registrados no mercado brasileiro. Diante disso, moageiras nacionais seguem voltadas às compras externas, limitando as aquisições do cereal no mercado spot nacional. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 9 a 13 de junho (dados mais recentes), a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 251,62 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,55, o cereal importado teve média de R$ 1.397,58 por tonelada de 9 a 13 de junho, ao passo que, na média nacional, no mesmo período, esteve em R$ 1.513,32 por tonelada. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 235,57 por tonelada, o equivalente a R$ 1.308,44 por tonelada, enquanto o preço interno esteve em R$ 1.351,06 por tonelada. Apesar disso, os preços de negociação no spot nacional estão estáveis, o que, por sua vez, pode estar atrelado à redução da área da atual temporada e às condições climáticas extremas.

Nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (valor pago ao produtor) apresentam baixa de 0,79% no Paraná e 0,39% em Santa Catarina, mas alta de 0,16% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há redução de 0,26% no Paraná, estabilidade em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul (+0,07%) e alta de 1,08% em São Paulo. Dados da Emater-RS apontam que a área de cultivo no Rio Grande do Sul na safra de 2025 deve ser quase 10% menor que a de 2024, somando 1,198 milhão de hectares. A produtividade deve ser 7,77% maior em relação à da safra de 2024, projetada em 2,997 toneladas por hectare. Com isso, a produção é estimada em 3,591 milhões de toneladas, cerca de 3% menor que a da temporada anterior. A Emater-RS ainda apontou que 37% da área havia sido semeada no Estado até o dia 19 de junho.

No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que 85% da área prevista no Paraná já foi semeada, das quais 10% estão em fase de germinação; 86%, em desenvolvimento vegetativo; e 4%, em floração. Das lavouras implantadas, 99% estão em boas condições e 1% está em situação média. Em Santa Catarina, segundo a Epagri/Cepa, até a última semana de maio, cerca de 5% da área destinada ao trigo havia sido semeada. A área cultivada deve ser 5,6% menor em 2025 frente à de 2024, somando 116,12 mil hectares. A produtividade está prevista em 3,504 toneladas por hectare, queda de 0,27% frente à safra anterior. Assim, a produção de Santa Catarina deve cair 5,86% de 2024 para 2025, estimada em 406,96 mil toneladas. Nos Estados Unidos, fortes chuvas na região das Grandes Planícies pioraram as condições das lavouras de trigo de inverno e o atraso na colheita elevaram os valores do trigo na semana passada.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), para as lavouras de trigo de inverno, até o dia 15 de junho, 52% estavam entre boas/excelentes; 29%, razoáveis; e 19%, ruins/péssimas. Ainda para o trigo de inverno, 10% já foram colhidas, contra 25% no ano passado e 16% na média dos últimos cinco anos. Já na safra de primavera, até o dia 15 de junho, 57% das lavouras estavam entre condições boas/excelentes; 34%, em razoáveis; e 9% em ruins. Na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 do trigo Soft Red Winter tem alta de 4,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,67 por bushel (US$ 208,61 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o contrato Julho/2025 do trigo Hard Winter registra avanço 4,2% no mesmo intervalo, a US$ 5,63 por bushel (US$ 206,96 por tonelada). Na Argentina, de acordo com o relatório divulgado pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires no dia 19 de junho, a semeadura de trigo no país avançou para 60,3%, das 6,7 milhões de hectares projetados para a temporada de 2025/2026. Os preços FOB do Ministério da Agroindústria apresentam queda de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 236,00 por tonelada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.