26/May/2025
A negociação de trigo no spot segue a passos lentos, tanto no Paraná, onde a comercialização está mais travada, quanto no Rio Grande do Sul. A queda de preços desanima os produtores, que acabam liberando lotes apenas para abrigar, em alguns casos, a safra de milho que está sendo colhida. No Paraná, o mercado de trigo continua travado, com pouca liquidez e recuo dos compradores após a queda do dólar. Na região dos Campos Gerais, os moinhos indicam até R$ 1.500,00 por tonelada CIF, para retirada em julho e pagamento em agosto, mas os negócios são pontuais. Há oferta do Rio Grande do Sul a R$ 1.350,00 por tonelada FOB, e da Argentina, no porto, entre R$ 1.480,00 e R$ 1.490,00 por tonelada. O trigo do Paraguai é ofertado entre R$ 1.520,00 e R$ 1.530,00 por tonelada CIF, então o mercado está ofertado. A pressão também vem dos produtores que precisam liberar espaço para 2ª safra de milho de 2025, o que força vendas abaixo das pedidas ideais para a ponta vendedora.
O vendedor indica R$ 1.600,00 por tonelada, mas se for necessidade, aceita R$ 1.500,00 por tonelada FOB. Os moinhos estão retraídos. Para a safra nova, há indicações entre R$ 1.300,00 e R$ 1.400,00 por tonelada CIF para outubro e R$ 1.350,00 por tonelada para novembro. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), os preços médios recuam 0,44% nos últimos sete dias, a R$ 79,74 por saca de 60 Kg. Mesmo com o recuo, a margem de lucro dos produtores ainda é positiva, estimada em 8,44% sobre um custo médio de produção de R$ 73,53 por saca de 60 Kg. A baixa disponibilidade e a postura cautelosa dos vendedores mantêm o mercado travado, à espera de uma definição mais clara entre oferta, demanda e câmbio. No Rio Grande do Sul, na região de Ijuí, as negociações com trigo no spot são pontuais. Os preços na região estão pressionados, cotados a R$ 1.350,00 por tonelada FOB. Há um mês, o preço era R$ 1.480,00 por tonelada FOB.
Os preços cederam devido à queda do preço internacional, que derrubou a cotação do cereal argentino, além da queda na taxa de câmbio. Mesmo com a negociação pontual, as atividades de preparo de solo das áreas destinadas ao trigo na próxima safra foram intensificadas, informa da Emater-RS. Esse manejo havia sido adiado pelo longo período sem precipitações, limitando a operação apenas a locais onde a umidade no solo se mostrava mais adequada. A semeadura já começou em Santa Margarida e São Borja, em Bagé e em Tenente Portela, região de Ijuí. A Emater-RS lembrou que em 2024 a área plantada alcançou 1,331 milhão de hectares e a produtividade foi de 2.781 quilos por hectare. Agora, a instituição realiza o levantamento de intenção de plantio das culturas de inverno no Estado para a safra 2025, que deverá ser apresentado nas próximas semanas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.