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13/May/2025

Preços do trigo sustentados no mercado doméstico

Demandantes de trigo passaram a ter certa resistência em pagar os valores mais altos nas aquisições de novos lotes do cereal. Vale lembrar que a média de negociação em abril foi a maior desde o último trimestre do ano passado. Além disso, essa postura de compradores também está atrelada às recentes desvalorizações externas do trigo. Diante disso, no mercado brasileiro, os preços do cereal vêm apresentando oscilações. Os produtores, por sua vez, estão com as atenções voltadas aos trabalhos de campo. O ritmo das atividades é considerado satisfatório, com expectativa de que o clima favoreça e que a produção deste ano supere a de 2024. Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgados no dia 6 de maio mostram que 26% da área esperada no Paraná (2º maior Estado produtor) havia sido semeada, com as atividades mais avançadas nas regiões norte e noroeste. Além disso, as lavouras germinadas têm apresentado boas condições.

Em termos nacionais, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ainda não disponibilizou informações sobre o cultivo da temporada 2025. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), a alta é de 0,15% no Paraná e de 1,46% em Santa Catarina, mas queda de 0,95% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a variação é positiva em 0,22% no Paraná, mas negativa em 2,6% em São Paulo e em 0,3% no Rio Grande do Sul, com estabilidade em Santa Catarina (-0,04%). Na Bolsa de Chicago, o contrato Maio/2025 do trigo Soft Red Winter registra queda de 4% nos últimos sete dias, passando para US$ 5,05 por bushel (US$ 185,74 por tonelada), trata-se do menor valor para um primeiro vencimento desde agosto de 2024. Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2025 do trigo Hard Winter apresenta recuo de 4,2% no mesmo intervalo, a US$ 5,06 por bushel (US$ 186,11 por tonelada), o ajuste mais baixo para um primeiro vencimento desde setembro de 2020.

O movimento de baixa foi influenciado pela melhora na condição das lavouras de trigo de inverno nos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 4 de maio, 51% das lavouras estavam entre boas/excelentes; 31%, razoáveis; e 18%, ruins/péssimas, com uma melhora em relação à semana anterior. Ainda para o trigo de inverno, 39% das lavouras haviam perfilhado, avanço de 12% no comparativo semanal, em linha com o mesmo período de 2024 e 6% acima da média dos últimos cinco anos. Na safra de primavera, o USDA indicou que a semeadura somava 44% da área estimada, avanço de 14% em uma semana, em linha com 2024 e 10% acima da média dos últimos cinco anos. 13% da safra tinha perfilhado. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em abril/2025, foram importadas 505 mil toneladas de trigo, volume 22,5% menor que o de março/2025, mas 11,1% acima do de abril/2024. No acumulado de 2025, foram adquiridas 2,45 milhões de toneladas do cereal.

O preço médio foi de US$ 235,82 por tonelada (ou de R$ 1.362,35 por tonelada em moeda nacional, ou seja, abaixo do praticado no mercado doméstico atual). O volume comprado teve como origem a Argentina (52,7%), o Uruguai (36,6%) e o Paraguai (10,8%). Desde o início de 2025, praticamente toda a quantidade importada vem da América do Sul. Quanto às exportações, foram escoadas 120,74 mil toneladas em abril/2025, o menor volume em cinco meses, com preço médio de US$ 228,74 por tonelada, sendo 51% abaixo do volume de março/2025 e 66,7% inferior ao de abril/2024. Os compradores indicam estar abastecidos, com reduzida necessidade imediata de importação. A menor quantidade exportada no último mês, por sua vez, se deve ao baixo volume de trigo com qualidade no mercado doméstico. Cerca de 50% do cereal consumido internamente é comprado de fora do País, demonstrando a importância do comércio internacional para o setor brasileiro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.