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12/May/2025

Preços do trigo firmes e comercialização travada

A comercialização de trigo no mercado interno evolui a passos lentos. Em meio à entressafra nacional, os preços do cereal continuam firmes com baixa disponibilidade de lotes no spot. Os produtores que ainda detêm trigo remanescente da safra anterior seguram os lotes na expectativa de aumento das propostas até a entrada da safra nacional. A retração também é explicada pela atenção dos produtores à nova safra. O plantio começou pelo Paraná, onde cerca de 30% da área está semeada. No Paraná, o mercado permanece lento, com negócios pontuais e vendedores relutantes em aceitar os preços indicados pelos moinhos. A maioria dos compradores da região dos Campos Gerais está abastecida com trigo do Rio Grande do Sul, do Paraguai e da Argentina. Agora que o preço caiu, alguns cogitam voltar a comprar, mas dizem que não dá para usar trigo a R$ 1.700,00 por tonelada no moinho com a farinha no nível atual.

As indicações de compra no mercado spot giram entre R$ 1.500,00 e R$ 1.550,00 por tonelada CIF no moinho, enquanto os vendedores indicam até R$ 1.600,00 por tonelada FOB. Alguns volumes pontuais são comercializados entre R$ 1.570,00 e R$ 1.580,00 por tonelada, mas são exceções. O trigo do Rio Grande do sul vendido a R$ 1.400,00 por tonelada chega ao Paraná entre R$ 1.520,00 e R$ 1.550,00 por tonelada. O trigo do Paraguai andou saindo bem com a queda do dólar, mas o trigo argentino ainda custa entre R$ 1.700,00 e R$ 1.720,00 por tonelada no moinho. A oferta no Paraná é considerada muito baixa. Para a safra nova, a referência nos Campos Gerais varia de R$ 1.450,00 a R$ 1.500,00 por tonelada CIF no moinho. O produtor ainda indica R$ 1.600,00 por tonelada no FOB, que é o preço atual, mas a R$ 1.500,00 por tonelada pode começar a girar.

No Rio Grande do Sul, os acordos também são pontuais. A semeadura da nova safra deve se iniciar no fim do mês. Até lá, os produtores seguram os poucos volumes remanescentes. Na região da Serra Gaúcha, os moinhos indicam entre R$ 1.450,00 e R$ 1.500,00 por tonelada, mas as cotações não atraem os vendedores. Do lado da demanda, os moinhos afirmam que possuem estoques abastecidos e relatam fraco consumo de derivados de trigo. A estimativa é de que os moinhos do Estado tenham utilizado apenas 70,2% da capacidade instalada, enquanto o índice não ultrapassa 87,2% no Paraná. Em contrapartida, pesquisa anual da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) revelou que a moagem no País cresceu 3% no ano passado em relação a 2023, com processamento de 13,19 milhões de toneladas do cereal em 150 plantas industriais. O aumento anual foi de 380.432 toneladas no período.

O Paraná lidera o parque moageiro nacional com 3,965 milhões de toneladas de trigo moídas em 46 indústrias, seguido pelo Rio Grande do Sul com 1,942 milhão de toneladas em 38 unidades. O percentual de uso de trigo importado pelos moinhos brasileiros foi em média de 50%, alcançando 99,2% nas Regiões Norte e Nordeste. Essa dependência reflete a falta de autossuficiência na produção local e a necessidade de estratégias logísticas eficientes para garantir o abastecimento. Nos principais Estados produtores, o uso de trigo importado é menor: sendo de 17,4% em Santa Catarina, 18,6% no Paraná e de 36,2% no Rio Grande do Sul. De 10,090 milhões de toneladas de cereal moídos, 76% foram destinados à produção de farinhas (7,711 milhões de toneladas) e 24% para farelos. Os principais destinos da farinha de trigo foram: panificação e pré-misturas (30%), indústria de massas (15,4%) e indústria de biscoitos (11,9%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.