06/May/2025
Os preços do trigo no mercado interno subiram em abril, com as médias mensais sendo as maiores do ano, refletindo a oferta restrita, como típico para este período de entressafra. No entanto, a liquidez foi baixa ao longo do mês, tendo em vista que produtores concentraram seus esforços nas atividades de campo, enquanto muitos compradores se mantiveram afastados, se mostrando abastecidos. Em abril, o valor médio no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.469,93 por tonelada, o maior desde setembro de 2024, em termos reais (médias deflacionadas pelo IGP-DI). Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.478,46 por tonelada, a mais alta desde novembro de 2024. No Paraná, a média de abril foi de R$ 1.564,46 por tonelada, a maior desde outubro de 2024. Em São Paulo, a média, de R$ 1.669,45 por tonelada, é a maior desde setembro de 2024. Porém, na última semana de abril, os preços do trigo se enfraqueceram, especialmente no mercado de balcão.
Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), o preço do trigo registra leve queda no Paraná (-0,06%), além de recuar 0,79% em Santa Catarina e 1,46% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações também registram queda: de 0,49% no Rio Grande do Sul, de 0,30% em Santa Catarina e de 0,57% no Paraná. Em São Paulo, o movimento é de estabilidade, com leve alta de 0,04%. Na Bolsa de Chicago, apesar da recuperação observada na sexta-feira (02/05), quando os valores foram impulsionados por boas vendas externas dos Estados Unidos e pela desvalorização do dólar frente a outras moedas, as cotações acumularam perdas na semana passada. O movimento de baixa foi influenciado principalmente pela melhora na condição das lavouras de trigo de inverno nos Estados Unidos. O contrato Maio/2025 do trigo Soft Red Winter registra queda de 0,7% nos últimos sete dias, a US$ 5,26 por bushel (US$ 193,46 por tonelada). No dia 28 de abril, especificamente, o ajuste foi o menor para um contrato de primeiro vencimento desde agosto de 2024.
Na Bolsa de Kansas, o contrato Maio/2025 do trigo Hard Winter apresenta recuo de 1,8% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,28 por bushel (US$ 194,19 por tonelada). No dia 30 de abril, especificamente, o ajuste foi o mais baixo para um primeiro vencimento desde outubro de 2020. Na Argentina, as cotações FOB no Porto de Buenos Aires têm baixa de 2,8%, a US$ 240,00 por tonelada. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que as importações somaram 415,92 mil toneladas de trigo até a quarta semana de abril, contra 454,52 mil toneladas em todo o mês de abril de 2024. Os preços de importação registram média de US$ 235,10 por tonelada FOB origem, 1,2% abaixo dos verificados no mesmo período de 2024 (US$ 237,90 por tonelada). Para as exportações, o volume soma 120,7 mil toneladas no mesmo período, contra 362,61 mil toneladas em abril do ano passado. Os preços de exportação registram média de US$ 228,50 por tonelada FOB porto, 10,9% acima dos verificados em abril de 2024 (US$ 206,00 por tonelada).
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 27 de abril, 27% das lavouras de trigo de inverno dos Estados Unidos haviam perfilhado. Em relação às condições das lavouras, 49% estavam boas/excelentes; 32%, razoáveis; e 19%, ruins/péssimas, uma melhora em comparação à semana anterior. Na safra de primavera, o USDA informou que o plantio somava 30% da área estimada, contra 31% no ano passado e 21% na média de cinco anos. Além disso, 5% da safra tinha perfilhado, em linha com a data correspondente do ano passado e com a média de cinco anos. De acordo com o USDA, na semana encerrada em 1º de maio, as vendas semanais de trigo dos Estados Unidos ficaram dentro das expectativas do mercado, tanto para a safra 2024/2025 quanto para a 2025/2026. Para a temporada atual, foram vendidas 72 mil toneladas, abaixo do volume da semana anterior e 24% menor que a média das últimas quatro semanas, com a Tailândia sendo o principal destino.
No acumulado da temporada, os Estados Unidos já venderam 21,35 milhões de toneladas, ante 18,7 milhões no mesmo período do ano passado, enquanto a estimativa oficial de exportações para o ciclo, que termina em 1º de junho, é de 22,32 milhões de toneladas. Para a nova safra (2025/2026), as vendas somaram 238,3 mil toneladas, também dentro do intervalo esperado pelo mercado, de 100 mil a 400 mil toneladas. A SovEcon elevou a estimativa das exportações da Rússia em 2024/2025, de 40,5 milhões de toneladas para 40,7 milhões de toneladas. O ajuste foi motivado por uma modesta aceleração nos volumes embarcados nas últimas semanas, mas as condições gerais de exportação permanecem difíceis. A Rússia é o maior exportador mundial de trigo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.