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06/May/2025

M. Dias Branco divulga resultados do 1º trimestre

A fabricante de alimentos M. Dias Branco apresentou lucro líquido de R$ 69,4 milhões no primeiro trimestre do ano. O resultado é 55,2% menor na comparação com igual período do ano passado, quando a empresa reportou lucro líquido de R$ 154,9 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 160,9 milhões, recuo de 42% frente aos R$ 277,3 milhões do primeiro trimestre de 2024. A margem Ebitda ficou em 7,3%, ante 13% de um ano antes, queda de 5,7 pontos porcentuais em um ano. A alavancagem da empresa (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 0,1 vez negativa, inalterada ante igual período de 2024. A receita líquida avançou 3,2% na mesma base comparativa, alcançando R$ 2,209 bilhões, ante R$ 2,140 bilhões do primeiro trimestre de 2024. O recuo de 0,7% no volume comercializado na comparação com igual período do ano anterior foi compensado pelo aumento de 3,7% no preço médio.

No último trimestre, a receita líquida de produtos principais da empresa (biscoitos, massas e margarinas) cedeu 0,2%, para R$ 1,682 bilhão. A receita líquida do segmento de moagem e refino de óleos (farinhas, farelo e gorduras industriais) avançou 17,4%, para R$ 417 milhões. Já o segmento de adjacências (bolos, snacks, misturas para bolos, torradas, saudáveis, molhos e temperos) teve receita líquida 10,6% superior, para R$ 109,7 milhões. A empresa destacou, em comunicado a investidores, que a alta dos custos, em virtude da desvalorização cambial e do aumento do preço do óleo de palma, afetou seus resultados trimestrais. A receita foi impulsionada pelo desempenho positivo das categorias de moagem e refino de óleo e da categoria de adjacências. O volume comercializado pela M. Dias Branco de seus produtos recuou 0,7% no primeiro trimestre deste ano na comparação com igual período do ano anterior. O volume vendido pela companhia passou de 397,1 mil toneladas para 394,2 mil toneladas.

Em relação ao trimestre anterior, as vendas totais da companhia cederam 8,6%. A companhia citou que a queda ante o último trimestre de 2024 reflete sazonalidade histórica. O preço médio de todas as categorias subiu 3,7% na comparação anual dos trimestres, de R$ 5,40 por Kg para R$ 5,60 por Kg. Na comparação com o trimestre anterior, houve queda de 3,4% no preço médio dos produtos, de R$ 5,80 por Kg. O recuo deve-se ao impacto desfavorável do mix de categorias no preço médio, dado que os itens de moagem e refino de óleos tiveram um desempenho melhor que as demais categorias. Ainda como fatos relevantes do primeiro trimestre do ano, a companhia destacou a "elevada" verticalização dos dois principais insumos: farinha de trigo e gordura vegetal em, respectivamente, 99,6% e 100%. No último trimestre, a empresa investiu R$ 90,1 milhões, 72,9% acima do valor investido em igual intervalo de 2024. Do montante, 78,5% foram destinados para manutenção e 21,5% direcionados para expansão.

Os principais aportes foram investimentos em melhorias na unidade Eusébio (CE) e investimentos em sistemas. A M. Dias Branco espera ver recuperação em volumes vendidos a partir do segundo trimestre deste ano. O cenário macroeconômico é desafiador e assegurou que o foco da empresa é o crescimento dos volumes comercializados. Em abril, com os preços novos, os volumes voltaram ao normal. Já houve uma recuperação importante do 1º trimestre para o início do 2º trimestre. No primeiro trimestre deste ano, a companhia vendeu 394,2 mil toneladas de massas, biscoitos, farinhas e derivados. Na comparação com igual período do ano anterior, houve uma queda de 0,7% no volume comercializado. Em relação ao trimestre anterior, as vendas totais da companhia cederam 8,6%. A sazonalidade no consumo de derivados de trigo afeta a comparação sequencial das vendas entre os trimestres. Se eliminar o efeito calendário, o volume no sell out (consumidor final) está estável. Em relação aos preços, a companhia fez um reajuste nos valores finais dos produtos ainda no primeiro trimestre do ano.

O reajuste não estava previsto, mas decorreu do aumento dos custos de produção com valorização do câmbio e das commodities. A previsão era fazer o reajuste no segundo semestre, escalonado em relação aos canais e categorias mais relevantes. A concorrência também acompanhou reajuste de preços. A M. Dias saiu na frente na precificação, perdeu market share pontual, mas já retornou em abril. No acumulado de dezembro a abril, o reajuste de preços da M. Dias nas categorias de massas e biscoitos superou 5%, enquanto o mercado como um todo avançou 1% em biscoitos e 3% em massas. O repasse de preço efetivo deverá ser visto a partir de abril, quando os novos pedidos entraram. Espera-se, portanto, melhora de preços no segundo trimestre e impacto positivo no resultado iniciando no segundo trimestre e de forma mais importante no terceiro trimestre do ano. Em relação a custos, houve arrefecimento no câmbio e trigo e manutenção do custo do óleo de palma em patamares elevados.

Apesar do reajuste não previsto nos preços finais dos produtos no primeiro trimestre deste ano, foi descartada a possibilidade de novos aumentos de preços no momento. A empresa não está com preços além dos competidores. A M. Dias Branco tem como objetivo voltar a ter margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) igual ou acima da média histórica, de 16%. A companhia encerrou o primeiro trimestre do ano com margem Ebitda em 7,3%, ante 13% de um ano antes, queda de 5,7% em um ano. Olhando para a companhia com mix e portfólio de maior valor agregado, não consigo ver a companhia não entregando uma margem Ebitda igual ou melhor que a média histórica. A empresa tem executado alavancas de crescimento que levam a rentabilidade a patamares próximos da margem histórica. As alavancas para retomada da rentabilidade estão mapeadas. A discussão é sobre a aceleração para alcance dessas metas. Melhorando processos internos, retoma-se volumes e melhorando a execução no ponto de venda temos um portfólio mais rico e qualificado na ponta.

A produção e comercialização de volumes aquém da capacidade fabril afeta a diluição de custos, o que, consequentemente, prejudica a rentabilidade. Hoje, a rentabilidade é afetada por parte da diluição de gastos de 16 unidades. É difícil prever quando será retomada a rentabilidade para nível histórico, em virtude da volatilidade de câmbio e juros. A aposta é na recuperação de volumes neste ano, com alavancas que devem representar aumento de volumes no terceiro e quarto trimestre, se não houver mudança adversa. Mas, a rentabilidade começará a mostrar sinais de melhoria ainda em 2025. Sobre a expectativa de fechamento de novas unidades fabris (downsizing), novos movimentos após reestruturação na unidade de Madureira (RJ) e na desativação da fábrica de biscoitos de Lençóis Paulista (SP). A Aposta é no aumento de volumes vendidos. Eventualmente, a empresa pode fechar alguma linha, mas não há expectativa de fechamento de fábricas. Todo foco está apontado para o crescimento de volumes e não no fechamento de fábricas. O plano pode ser revisitado em seis casos caso não haja recuperação de volumes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.