ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/May/2025

Preços do trigo estáveis e comercialização lenta

O mercado brasileiro de trigo continua operando em ritmo lento, com poucos negócios e compradores abastecidos. No Paraná, os moinhos da região dos Campos Gerais estão comprados com produtos do Rio Grande do Sul e da Argentina, que se mantêm competitivos mesmo após o fim da retirada temporária das retenciones (impostos sobre exportação). As indicações estão em R$ 1.600,00 por tonelada CIF, para entrega em junho e pagamento em julho. Negócios pontuais saem a entre R$ 1.570,00 e R$ 1.580,00 por tonelada FOB, mas os vendedores pedem R$ 1.600,00 por tonelada. No Rio Grande do Sul, as cotações giram entre R$ 1.450,00 e R$ 1.470,00 por tonelada, com compradores esperando o fim do mês por ofertas menores. No porto, a próxima safra tem indicações de R$ 1.340,00 por tonelada sobre rodas. Em Santa Catarina, volumes da safra velha são negociados entre R$ 1.500,00 e R$ 1.520,00 por tonelada FOB, enquanto o trigo do Rio Grande do Sul chega ao Estado a R$ 1.560,00 por tonelada. A nova safra ainda não tem movimentações relevantes.

Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), os preços se mantêm estáveis no Paraná e no Rio Grande do Sul, e com recuo de 0,54% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as cotações têm alta de 0,7% no Paraná, 0,15% no Rio Grande do Sul e queda de 0,24% em Santa Catarina. No fim de abril, o Indicador Cepea/Esalq apontava R$ 1.571,96 por tonelada no Paraná e R$ 1.471,23 por tonelada no Rio Grande do Sul. A semeadura da safra 2025 avança devagar. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), apenas 2% da área prevista havia sido plantada no Paraná, com 100% das lavouras em boas condições. A estimativa de área foi revisada para 886,7 mil hectares, queda de 22% frente ao ciclo anterior. Ainda assim, com produtividade estimada em 3,2 toneladas por hectare, alta de 56% na comparação anual, a produção estadual pode chegar a 2,85 milhões de toneladas, alta de 24% sobre 2024.

A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontou importações de 349,14 mil toneladas de trigo até a terceira semana de abril, ante 454,52 mil toneladas em todo o mês de abril do ano passado. As exportações somaram 77,61 mil toneladas, ainda bem abaixo das 362,62 mil toneladas embarcadas no mesmo mês de 2024. No cenário internacional, os contratos futuros de trigo na Bolsa de Chicago operavam em alta na sexta-feira (02/05), apoiados na depreciação do dólar e nas vendas externas semanais dos Estados Unidos. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), foram vendidas 72 mil toneladas da safra 2024/2025 e 238,3 mil toneladas da 2025/2026. O volume total de 310,3 mil toneladas ficou próximo do teto das estimativas de mercado. As exportações norte-americanas somaram 491,7 mil toneladas na semana, com destaque para Coreia do Sul, México e Taiwan. O contrato julho do trigo subiu 0,25 cent (0,05%), fechando a US$ 5,31 por bushel. A expectativa de chuvas nas planícies norte-americanas e um dólar mais forte limitaram os ganhos.

Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires estima que a área plantada com trigo em 2025/2026 será de 6,7 milhões de hectares, alta de 6,3% em relação ao ciclo anterior. A produção pode atingir 20,5 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 10,2% sobre a safra passada e de 20,2% sobre a média dos últimos cinco anos. Apesar da queda recente dos preços internacionais, o mercado brasileiro segue sustentado pela limitação da oferta de trigo de qualidade e pela postura cautelosa dos agentes. Os moinhos sinalizam estar abastecidos e adquirem apenas volumes necessários para atender à demanda imediata, enquanto parte dos vendedores busca liquidar os estoques remanescentes da safra anterior ou foca na comercialização de soja e milho. Os preços das farinhas no mercado brasileiro apresentam poucas variações, com altas de até 0,22% (pré-mistura) e baixas de até 0,53% (massas frescas). Os farelos registraram valorização de 0,12% no ensacado e estabilidade no granel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.