17/Apr/2025

A StoneX estimou em 8,6 milhões de toneladas a produção de trigo no Brasil na safra 2025, volume 4,2% menor que o previsto no mês anterior. Apesar do corte, a produção ainda representa um crescimento de 12,4% em relação à safra passada, quando o País colheu 7,65 milhões de toneladas. O principal ajuste veio do Paraná, onde a área plantada foi revisada para 1,05 milhão de hectares, queda de 16% na comparação anual. A redução está ligada à maior atratividade do milho 2ª safra, especialmente na região norte do Estado. A produção estimada no Paraná recuou de 3,52 milhões de toneladas para 3,20 milhões de toneladas (-8,7% na variação mensal), embora ainda fique 31,5% acima da safra anterior.

No Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, a estimativa de área foi mantida em 1,25 milhão de hectares e a de produção, em 3,81 milhões de toneladas (-4,3% ante o ciclo anterior). A StoneX alerta para um cenário ainda incerto no Estado, devido a dificuldades no acesso a seguros e crédito, além da descapitalização de produtores após prejuízos na soja. Entre os demais Estados, destaca-se Mato Grosso do Sul, cuja produção estimada mais que dobrou em relação à safra anterior, saltando de 48 mil toneladas para 100 mil toneladas (+108,3%), com aumento de produtividade de 1,2 para 2,5 toneladas por hectare. Também tiveram crescimento expressivo Goiás (+33%) e Minas Gerais (+25,4%), mesmo após ajustes negativos frente a março.

Com a revisão na produção e nos fluxos comerciais, a oferta total de trigo no País foi reduzida para 14,96 milhões de toneladas (-1,9% frente a março). A estimativa de estoques iniciais caiu 24,2%, para 419,8 mil toneladas, o que também puxou os estoques finais para 508,5 mil toneladas (-20,1% no mês). Mesmo assim, os estoques finais ainda devem ser 21,1% maiores que os da safra 2024/2025. O consumo doméstico total foi estimado em 12,29 milhões de toneladas, queda de 1,7% em relação à safra anterior. Desse total, a moagem deve representar 11,52 milhões de toneladas, praticamente estável (-1,5% a/a).

A demanda para ração animal segue em 345 mil toneladas, e o uso de sementes foi estimado em 420,3 mil toneladas, recuo de 8,3% frente ao ciclo anterior. As importações foram ajustadas para cima, de 5,73 milhões de toneladas para 5,94 milhões de toneladas (+3,8% mensal), mas ainda abaixo dos 6,66 milhões de toneladas da safra passada. As exportações, por sua vez, caíram de 2,31 milhões de toneladas para 2,16 milhões de toneladas na revisão (-6,5%), mas seguem 19,7% acima das realizadas em 2024/2025. Com os novos números, a relação estoque/uso da safra 2025/2026 foi estimada em 3,5%, ante 4,4% projetados no mês anterior e 2,9% observados na safra passada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.