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14/Apr/2025

Preços do trigo sustentados por restrição na oferta

O mercado de trigo apresenta cotações firmes no Brasil, reflexo da oferta limitada neste período de entressafra e da demanda contida por parte dos moinhos. Os preços seguem em patamares elevados na Região Sul, apesar do apetite menor dos compradores diante da alta volatilidade cambial. O Indicador Cepea/Esalq para o Paraná está cotado a R$ 1.561,43 por tonelada, com alta acumulada de 2,24% no mês. No Rio Grande do Sul, o preço médio chegou a R$ 1.465,02 por tonelada, avanço de 1,22% no mesmo intervalo. O movimento reflete a baixa disponibilidade de produto e o encarecimento das importações com o dólar mais forte.

No Paraná, O mercado está um pouco travado nos últimos dias. Houve negócios a R$ 1.650,00 por tonelada FOB e a R$ 1.730,00 por tonelada CIF moinho, mas agora o comprador indica R$ 1.600,00 por tonelada. Os vendedores, por outro lado, não aceitam menos de R$ 1.650,00 por tonelada. A oferta é restrita e quem segurou a R$ 1.650,00 por tonelada agora não quer vender a R$ 1.600,00 por tonelada. Para a safra nova, os compradores indicam entre R$ 1.450,00 e R$ 1.500,00 por tonelada CIF, para entrega entre setembro e outubro, mas ainda sem firmeza nas negociações. Os produtores estão retraídos, esperando ver como vai ficar o prêmio, o câmbio e a colheita da Argentina.

No Rio Grande do Sul, onde a oferta também é escassa, os compradores indicam entre R$ 1.450,00 e R$ 1.480,00 por tonelada, enquanto os vendedores não recuam de R$ 1.500,00 a R$ 1.550,00 por tonelada. A maioria dos produtores está voltada à colheita da soja e do milho, e o trigo acabou ficando em segundo plano. O encarecimento do produto nacional tem elevado a participação das importações. Em março, o Brasil adquiriu 651,79 mil toneladas de trigo, volume 12% superior ao de fevereiro e 27,6% acima do mesmo mês de 2024. O preço médio foi de US$ 234,07 por tonelada, o equivalente a R$ 1.344,25. A Argentina liderou os embarques ao Brasil com 63,2% do total, seguida por Uruguai (27,5%) e Paraguai (9,4%).

Apesar do maior fluxo de importações, o total exportado caiu. Foram embarcadas 280,06 mil toneladas em março, o menor volume do ano. O preço médio de exportação foi de US$ 231,58 por tonelada. No acumulado do primeiro trimestre, as importações somaram 1,951 milhão de toneladas (+18%) e as exportações totalizaram 1,46 milhão de toneladas (-28%). No mercado de derivados, nos últimos sete dias, há queda de 0,22% nos preços do farelo de trigo a granel e estabilidade para o ensacado. Para as farinhas, o aumento é de 0,21% na panificação e de 0,13% na bolacha doce, enquanto os demais segmentos registram leve recuo. Os futuros de trigo negociados na Bolsa de Chicago fecharam em alta expressiva na sexta-feira (11/04).

O mercado foi impulsionado em parte pelo recuo do dólar ante as principais moedas, que torna commodities produzidas nos Estados Unidos mais atraentes para compradores estrangeiros. Além disso, áreas de cultivo da Rússia, que já vinham enfrentando problemas com a seca, foram atingidas por tempestades de granizo na semana passada. A estiagem também é motivo de preocupação em áreas de trigo de inverno dos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, o vencimento maio do trigo avançou 16,75 cents (3,03%), e fechou a US$ 5,70 por bushel. Na semana passada, acumulou valorização de 5%. Na Bolsa de Kansas City, igual vencimento do trigo duro vermelho de inverno subiu 10,25 cents (1,79%), e fechou a US$ 5,83 por bushel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.