07/Apr/2025
Os preços do trigo seguem em alta no mercado brasileiro, sustentados pela entressafra, pela retração vendedora e pela demanda de moinhos em busca de abastecimento. Em Santa Catarina, as fábricas continuam comprando trigo do Rio Grande do Sul a até R$ 1.530,00 por tonelada, diante da valorização do grão importado da Argentina e do Paraguai. No Estado, as ofertas locais subiram para R$ 1.450,00 por tonelada, mas os vendedores só aceitam R$ 1.500,00 por tonelada. No Paraná, o mercado spot apresenta estabilidade, com compradores abastecidos e vendedores aguardando novas valorizações. Negócios pontuais são registrados a R$ 1.730,00 por tonelada CIF Ponta Grossa, para entrega em abril. A média estadual registra alta de 1,30% nos últimos sete dias, para R$ 77,88 por saca de 60 Kg, enquanto o custo de produção caiu para R$ 68,68 por saca de 60 Kg. Com isso, a margem de lucro do produtor aumentou de 10,70% para 13,39%, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab).
A comercialização segue pontual. Alguns compradores estão bem comprados fora, então nem indicam preço. Quando indicam, é R$ 1.650,00 por tonelada FOB, podendo chegar a R$ 1.730,00 por tonelada, para pagamento longo. O vendedor está tranquilo, esperando valorização. Só vende mesmo se precisar liberar silo para continuar colhendo soja. Os preços do trigo acumularam alta no primeiro trimestre no Brasil e na Argentina, ao contrário dos Estados Unidos, onde o cereal recua, pressionado pela guerra comercial e pela valorização do dólar. Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (preço pago ao produtor), as cotações estão em alta de 2,9% no Paraná, 1,27% no Rio Grande do Sul e 1,13% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a alta é de 2,28% no Rio Grande do Sul, 0,54% no Paraná e 0,29% em São Paulo, enquanto em Santa Catarina há queda de 0,4%. A média mensal de março no Paraná foi de R$ 1.519,57 por tonelada, alta real de 12,2% frente a março de 2024.
No Rio Grande do Sul, foi de R$ 1.395,67 (+9%) e, em São Paulo, R$ 1.621,61 (+21,5%). Em Santa Catarina, houve queda anual de 6,4%. Para os derivados, o observa-se melhora modesta na demanda por farelo e farinha. O farelo a granel subiu 1,1% em março frente a fevereiro, enquanto o ensacado caiu 1,4%. Entre as farinhas, massas frescas caíram 1,2%, mas a bolacha doce subiu 1,5%. No exterior, o mercado de trigo está pressionado pela valorização do dólar ante outras moedas, o que encareceu as commodities dos Estados Unidos para compradores internacionais. As preocupações com o impacto das tarifas comerciais anunciadas pelo presidente Donald Trump também pesaram sobre os preços. Embora o México, principal comprador de trigo dos Estados Unidos, tenha ficado de fora do tarifaço, o governo americano norte-anunciou medidas contra parceiros como Japão, Coreia do Sul, Filipinas e Taiwan.
O receio é que alguns países adotem medidas mais agressivas contra os Estados Unidos, o que pode desencadear outra rodada de vendas nas próximas semanas. Na Bolsa de Chicago, o contrato maio caiu 7,00 cents (1,31%) na sexta-feira (04/04), e fechou a US$ 5,29 por bushel. Na Bolsa de Kansas City, o vencimento equivalente do trigo duro vermelho de inverno recuou 11,50 cents (2,02%), para US$ 5,57 por bushel. Na semana passada, a Bolsa de Chicago ficou praticamente estável, mas a Bolsa de Kansas acumulou perdas mais expressivas. Apesar disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou boas vendas externas na semana encerrada em 27 de março. As exportações líquidas totalizaram 435,2 mil toneladas, próximas ao teto das estimativas. Deste total, 340 mil toneladas foram da safra 2024/2025 e 95,2 mil da 2025/2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.