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25/Mar/2025

Preços do trigo avançando no mercado doméstico

Os preços do trigo estão em movimento de alta desde o começo deste ano. No Paraná e no Rio Grande do Sul, as atuais médias mensais são as maiores, em termos nominais, desde agosto/2024. Ressalta-se que, geralmente, os valores do cereal apresentam avanços e/ou se sustentam ao longo do primeiro semestre, atingindo patamares elevados no meio do ano e voltando a ser pressionados no segundo semestre. Enquanto nos primeiros seis meses as cotações são influenciadas pela redução dos estoques internos, na segunda metade do ano, a chegada da nova safra eleva a disponibilidade e gera pressão sobre os valores. Assim, as importações tendem a ser maiores no primeiro semestre. Em caso de excedentes amplos, as exportações são dinamizadas no início de cada ano. Vale lembrar que a safra de 2024 foi menor pelo segundo ano consecutivo, levando a disponibilidade interna, no início de 2025, a ser a mais baixa desde 2020.

Isso, inclusive, já considerando que as importações da temporada de 2024 foram as maiores desde 2019. Assim, os atuais valores domésticos do trigo caminham para os patamares da paridade de importação, podendo, inclusive, chegar a superá-los. Os maiores custos logísticos das últimas semanas também são fatores que dão sustentação aos preços do cereal. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a segunda semana de março/2025, as importações brasileiras de trigo somaram 221,67 mil toneladas, com média diária de 27,7 mil toneladas, 8,5% acima da média diária de março/2024. O preço médio de importação do cereal está em US$ 230,50 por tonelada neste mês, 6,4% inferior ao de março/2024. Quanto às exportações, até a segunda semana deste mês, o Brasil embarcou 188,39 mil toneladas, com média diária de 23,5 mil toneladas, queda de 43,3% em relação à de março/2024.

Entretanto, o preço médio de exportação está 8,9% maior que o do mesmo período do ano anterior. Nos últimos sete dias, as cotações no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram alta de 0,3% no Rio Grande do Sul e 0,13% no Paraná, mas queda de 0,31% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as altas são de 3,7% no Rio Grande do Sul, de 0,31% no Paraná e de 0,38% em São Paulo; já em Santa Catarina, há queda de 0,36%. O tempo seco no sul das Grandes Planícies nos Estados Unidos, região responsável por grande parcela do trigo de inverno norte-americano, está impulsionando os futuros do cereal. Além disso, de acordo com o relatório de inspeção e exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 17 de março, saíram dos portos norte-americanos na última semana 104% de trigo a mais que o volume registrado na semana anterior.

Na parcial desta temporada (de junho/2024 a 17 de março/2025), as exportações do cereal somaram 16,36 milhões de toneladas, 18% superior à quantidade escoada em igual período da safra passada (13,85 milhões de toneladas). Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Maio/2025) do trigo Soft Red Winter registra valorização de 0,2%, a US$ 5,58 por bushel (US$ 205,12 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem alta de 0,5%, a US$ 5,88 por bushel (US$ 216,33 por tonelada). Os preços FOB do Ministério da Agroindústria da Argentina apresentam avanço de 0,8% nos últimos sete dias, a US$ 243,00 por tonelada. Nesta parcial de março/2025, a média está em US$ 242,00 por tonelada, 1,8% acima da média de fevereiro/2025 e 9,5% maior que a de março/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.