24/Mar/2025
A escassez de oferta de trigo de qualidade no Brasil continua a sustentar os preços neste fim de março. Os vendedores estão retraídos e os produtores estão concentrados na colheita de soja. As negociações no mercado spot seguem pontuais, e as indicações de compra e venda permanecem distantes, em um cenário típico de entressafra. No Paraná, na região dos Campos Gerais, os preços CIF para moinhos variam entre R$ 1.600,00 e R$ 1.640,00 por tonelada, para entrega em abril e pagamento no fim de maio. Com o produtor ocupado com a soja, ninguém mexe no trigo. E quem tem estoque, segura apostando em alta. As indicações FOB giram em torno de R$ 1.600,00 por tonelada, mas os volumes comercializados são escassos. O preço médio do trigo pão no Paraná é de R$ 1.526,50 por tonelada, acumulando alta de 1,62% no mês.
No Rio Grande do Sul, o trigo brando registra alta de 6,46% em março, para R$ 1.423,46 por tonelada. Os vendedores que ainda têm o cereal estão afastados das negociações, enquanto os compradores estão mais ativos, em busca de novos lotes. Assim, muitos demandantes têm se voltado às importações, que apresentam valores atrativos. Os moinhos enfrentam dificuldades para repassar os custos aos derivados. No Rio Grande do Sul, o trigo pão segue ao redor de R$ 1.400,00 por tonelada FOB. O branqueador, embora sem negócios reportados, é estimado em R$ 1.550,00 por tonelada. Na região de Panambi, o trigo está cotado a R$ 71,00 por tonelada. A lentidão na indústria de moagem é atribuída ao fraco desempenho das vendas de farinha.
Em Santa Catarina, os estoques também são elevados e o escoamento lento. Os moinhos locais indicam R$ 1.400,00 por tonelada FOB. O trigo do Rio Grande do Sul é ofertado a R$ 1.300,00 por tonelada e chega ao leste de Santa Catarina por aproximadamente R$ 1.600,00 por tonelada, com frete e ICMS. Os preços ao produtor variam entre R$ 69,00 e R$ 80,00 por saca de 60 Kg, a depender da região do Estado. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2025 deve alcançar 9,117 milhões de toneladas, alta de 15,6% frente ao ciclo anterior. A produtividade média é estimada em 3,04 toneladas por hectare (+18%), mesmo com queda de 2,1% na área plantada. As importações devem somar 5,6 milhões de toneladas entre agosto/2025 e julho/2026, redução de 12,5% sobre a temporada passada. Os estoques finais estão projetados em 1,739 milhão de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.