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25/Feb/2025

Preços do trigo estão em alta no mercado interno

Os preços do trigo em grão seguem em movimento de alta no Brasil. Os compradores indicam ter dificuldades em encontrar o cereal de qualidade no mercado spot e, com isso, priorizam as aquisições externas. Os vendedores, com baixos estoques, estão afastados dos negócios, na expectativa de cotações maiores nos próximos meses, ainda de entressafra brasileira. Com isso, as negociações envolvendo trigo de qualidade superior (maior ou igual a PH 78) estão limitadas. Apenas alguns lotes pontuais são comercializados. No campo, os produtores começam a se planejar para a nova safra. Por enquanto, dados oficiais apontam redução na área no Brasil, de 2,1%, mas a produtividade deve crescer, garantindo maior oferta em 2025 frente ao ano anterior.

Porém, as dificuldades de custeio impostas pelo governo, que chegou a suspender os financiamentos vinculados ao Plano Safra 2024/2025, podem comprometer os resultados da próxima temporada. Nos últimos sete dias, os preços no mercado de balcão (preço pago ao produtor) registram alta de 0,78% no Paraná, 0,7% no Rio Grande do Sul e 1,3% em Santa Catarina. No mercado de lotes (negociações entre empresas), as altas são de 2% no Paraná e de 0,43% no Rio Grande do Sul; em Santa Catarina, há queda, de 4,3%. Em São Paulo, as cotações se mantêm estáveis. De acordo com notícia divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 20 de fevereiro, após 11 anos, a Companhia voltou a formar estoque de trigo. Foram adquiridas cerca de 7,2 mil toneladas de trigo de produtores do Rio Grande do Sul.

A compra foi realizada pelo mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF), previsto na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que tem como propósito garantir que os produtores do Rio Grande do Sul recebam o Preço Mínimo estabelecido pelo governo por seu produto, quando o valor de mercado estiver abaixo desse mínimo. Os preços estão pressionados no mercado externo, influenciados por uma movimentação de realização de lucros por parte dos traders, após as consecutivas altas nas semanas anteriores. As quedas, no entanto, são limitadas pelo frio intenso nas áreas de cultivo de trigo nos Estados Unidos e na região do Mar Negro, que geram preocupações quanto às lavouras do grão. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Março/2025) do trigo Soft Red Winter tem desvalorização de 1,7% nos últimos sete dias, a US$ 5,90 por bushel (US$ 216,79 por tonelada).

Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta baixa de 1,9%, a US$ 6,09 por bushel (US$ 223,86 por tonelada). Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria registram alta de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 240,00 por tonelada. A média mensal de fevereiro/2025 está em US$ 236,53 por tonelada, 3,1% acima da média de janeiro/2025 (US$ 229,45 por tonelada). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 10 primeiros dias úteis de fevereiro/2025, foram importadas 265,45 mil toneladas de trigo, praticamente metade do volume adquirido em todo o mês de fevereiro/2024 (529,14 mil toneladas), demonstrando um mercado importador aquecido. A média do preço em fevereiro/2025 é de US$ 228,90 por tonelada, sendo 5% menor que a média de fevereiro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.