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25/Feb/2025

Câmbio pressiona custo de produção de alimentos

A M. Dias Branco destacou que a valorização do dólar ante o Real pressiona os custos de produção de todo o mercado de alimentos. Já se vê crescimento da inflação de alimentos em virtude do câmbio. Houve aumento do IPCA em praticamente todas as categorias, com os maiores aumentos na Região Nordeste. As empresas estão reajustando preços para proteger a rentabilidade. No caso da M. Dias, o aumento do câmbio de R$ 4,90 ao fim de 2023 para R$ 6,10 ao fim de 2024 aumentou de forma proporcional o custo da empresa. Houve redução da margem, em virtude da desvalorização do Real, do aumento do preço do trigo em dólares nos últimos três meses e do óleo de palma no segundo semestre. O óleo de palma, utilizado na produção de biscoitos e margarinas, tem sido o principal causador de elevação de custos da M. Dias Branco.

Com enchente na Malásia, diminuição das exportações da Indonésia, clima adverso à produção na América Latina, o óleo de palma tem sido um grande ofensor de custos. O óleo de palma apresentou estabilidade nos preços até abril de 2024, mas depois teve alta acentuada até o fim do ano. O preço médio da commodity passou de US$ 1.129,00 por tonelada em dezembro de 2023 para US$ 1.497,00 por tonelada ao fim de dezembro de 2024. A empresa lembrou que existe possibilidade de substituição do óleo de palma em percentual de até 33% nas margarinas. Há capacidade de produzir óleo de soja, de algodão e de palma. A empresa avalia a melhor relação custo-benefício e a produção é feita somente após os cálculos, mas quando o aumento é tão relevante não tem como mitigar sem precificar ao valor final dos produtos. Em relação ao trigo, a companhia vê viés de estabilidade nos preços do cereal, que passou de US$ 234,00 por tonelada em dezembro de 2023 para US$ 223,00 por tonelada em dezembro de 2024.

Ambas as commodities, com parte do suprimento vindo do exterior, são afetadas também pela desvalorização do dólar ante o Real. Assim, a M. Dias reajustou os preços de seus produtos ao longo de janeiro. O reajuste não foi unificado e nem linear, mas acompanhou o movimento de mercado. Foram aumentos em alguns mercados e regiões, porque, com reajuste unificado, os concorrentes posteriormente faziam aumentos inferiores. A tabela de novos preços foi aplicada em canais relevantes. O varejo está entendendo os motivos, principalmente pelo aumento do câmbio no fim de 2024 e início deste ano que pressiona o custo. Apesar de o câmbio ter arrefecido ao longo de fevereiro, ainda há pressão forte sobre os custos das empresas. O movimento de reajuste de preços não é somente pela M. Dias Branco. É também visto nos concorrentes. O primeiro aumento do trimestre foi para proteger as margens atuais em momento de elevação de custos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.