11/Feb/2025
Os preços do trigo estão firmes, sobretudo no Rio Grande do Sul. A sustentação vem da retração de vendedores, que vêm limitando a oferta no spot nacional, atentos ao ritmo mais intenso das exportações nestas primeiras semanas de 2025. Já compradores domésticos até tentam pressionar os valores, mas sem muito sucesso. Neste caso, esses agentes estão de olho nas importações, que também estão elevadas – o volume internalizado em janeiro foi o maior para o mês desde 2008 e o mais elevado desde abril de 2020. Segundo dados da Secex, em janeiro/2025, o Brasil exportou 551,68 mil toneladas de trigo, sendo que praticamente todo o volume teve como origem do Rio Grande do Sul.
Os principais destinos foram Vietnã, Arábia Saudita, Indonésia e Equador. O preço médio de exportação foi de US$ 226,83/tonelada, equivalente a R$ 1.364,37/tonelada no porto brasileiro. As importações também seguem aquecidas. Chegaram ao Brasil 716,9 mil toneladas de trigo em janeiro, sendo que 83,4% tiveram como origem a Argentina; 13,9%, o Uruguai; e 2,8%, o Paraguai. Em janeiro/25, o preço médio foi de US$ 230,10/tonelada, o equivalente a R$ 1.384,03/tonelada em moeda nacional. No mercado disponível, a média nominal no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.270,02/tonelada em janeiro/2025. Apesar de o preço no estado brasileiro estar abaixo do valor médio das importações, a reduzida oferta de trigo de qualidade leva moageiras a importar bons volumes para suprir suas necessidades.
Na semana passada, diante da retração vendedora, os preços subiram no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e em São Paulo. No Paraná, os preços ficaram próximos à estabilidade. Na última semana, os preços no mercado de lotes (negociações entre empresas) tiveram aumentos de 0,81% no Rio Grande do Sul, de 0,5% em São Paulo e de 0,46% em Santa Catarina; no Paraná, houve queda de 0,14%. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), os valores subiram 2% no Rio Grande do Sul e 0,12% em Santa Catarina e se mantiveram estáveis no Paraná. O dólar teve desvalorização de 0,89% frente ao Real no mesmo período, fechando a R$ 5,788.
Os preços do farelo de trigo, tanto o a granel quanto o ensacado, subiram na primeira semana de fevereiro, influenciados pela maior demanda. Para as farinhas, os valores também subiram. Considerando-se as regiões acompanhadas e comparando-se a média da semana passada com a do período anterior (de 27 a 31 de janeiro), o preço do farelo de trigo a granel subiu 1,04% e o do ensacado, 0,54%. Para as farinhas, as valorizações foram de 0,95% para panificação, de 0,36% em massas em geral, de 0,26% para pré-mistura, de 1% para massas frescas e de 0,28% para farinha integral. Para bolacha doce e bolacha salgada, os preços se mantiveram praticamente estáveis.
Os futuros externos de trigo seguem em alta, impulsionados pelo enfraquecimento do dólar frente a importantes moedas – o que torna as commodities produzidas nos Estados Unidos menos atrativas aos compradores estrangeiros. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Março/2025) do trigo Soft Red Winter se valorizou 4,2% de 31 de janeiro a 7 de fevereiro, finalizando a US$ 5,82/bushel (US$ 214,12/tonelada) 7. Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter subiu 4,3%, a US$ 6,04/bushel (US$ 222,02/tonelada). Quanto aos preços FOB na Argentina, em fevereiro, subiram 0,9%, encerrando a US$ 233,00/tonelada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.