04/Feb/2025
As negociações envolvendo trigo ocorreram de forma pontual em janeiro, mas os preços médios estiveram firmes frente aos do mês anterior. O suporte veio sobretudo da retração de produtores; a maior parte esteve afastada do spot, vendendo poucos volumes. Do lado da demanda, os consumidores, abastecidos, adquiriram pequenas quantidade do cereal para completar estoques, mostrando maior interesse em fechar contratos a termo com recebimento a partir de março. Moageiras indicaram também dificuldades no repasse dos custos com matéria-prima às farinhas, relatando que o mercado varejista está desaquecido. Em janeiro, a média mensal do trigo negociado no Rio Grande do Sul foi de R$ 1.270,02 por tonelada, alta de 1,4% frente à de dezembro/2024, mas queda de 3,5% sobre a média de janeiro/2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI). No Paraná, os aumentos foram de 0,9% no comparativo mensal e de 5,3% no anual, à média de R$ 1.409,27 por tonelada. Em São Paulo, houve respectivas altas de 0,8% e de 18,4%, a R$ 1.591,94 por tonelada em janeiro/2024.
Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.438,73 por tonelada, sendo 1,2% superior à de dezembro/2024, mas 0,9% abaixo da de janeiro/2024. Nos últimos sete dias, os preços do trigo no mercado de lotes (negociações entre empresas) registram queda de 0,54% em São Paulo e de 0,1% em Santa Catarina, permanecendo estáveis no Paraná e subindo 1,8% no Rio Grande do Sul. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), a alta é de 2,45% no Rio Grande do Sul e de 0,38% em Santa Catarina, mas baixa de 1,1% no Paraná. As cotações externas do trigo são impulsionadas pela firme demanda global e pelas expectativas de baixo estoque de passagem no mercado global, que é previsto pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em 258,81 milhões de toneladas, o menor das últimas nove temporadas. De acordo com o relatório de inspeção e exportação do USDA divulgado em 3 de fevereiro, os embarques dos Estados Unidos somam 14,02 milhões de toneladas na parcial desta temporada (de junho/2024 a 30 de janeiro/2025), 24% a mais que a quantidade enviada em igual período da temporada passada.
Por outro lado, o movimento de alta é limitado pela redução das “retenciones” na Argentina, que pode redirecionar importadores ao país vizinho, e por rumores de que os Estados Unidos irão taxar as exportações do cereal para o México. Diante disso, na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Março/2025) do trigo Soft Red Winter tem valorização de 2,8% nos últimos sete dias, a US$ 5,59 por bushel (US$ 205,58 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta alta de 3,5%, a US$ 5,79 por bushel (US$ 212,84 por tonelada). Em janeiro, o primeiro vencimento do Soft Red Winter negociado na Bolsa de Chicago teve média de US$ 5,45 por bushel (US$ 200,40 por tonelada), alta de 0,8% frente à de dezembro/2024, porém, queda de 9,1% em relação à de janeiro/2024. Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter teve média de US$ 5,60 por bushel (US$ 205,95 por tonelada) em janeiro, aumento de 2,9% no comparativo mensal, mas recuo de 9,4% no anual. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.