21/Jan/2025
Os preços do trigo no mercado interno parecem ter encontrado um nível de suporte, sinalizando, inclusive, variações positivas. Com a safra finalizada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) chegou a reduzir a estimativa de produção brasileira ao menor patamar em três anos, o que deve reforçar a necessidade de importação, especialmente neste primeiro semestre. A Argentina parece dispor de maiores volumes para ofertar ao Brasil, mas segue buscando outros parceiros comerciais, como a China. A taxa de câmbio deve ser o grande fator propulsor na paridade de importação, assim como há preocupações quanto à dinâmica das transações internacionais a partir da posse do novo governo americano, que poderá mexer com as tarifas de importação e exportação dos Estados Unidos, abrindo espaço para reações de outros países.
Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 0,5% no Paraná e 1,8% no Rio Grande do Sul, reforçando a posição firme vendedora diante da menor oferta disponível para essa temporada. No mercado de lotes (negociações entre empresas), observa-se altas de 1,64% no Rio Grande do Sul e de 0,48% no Paraná, mas quedas de 0,86% em Santa Catarina e de 1,46% em São Paulo. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), as cotações apresentam avanço de 0,25% no Rio Grande do Sul, mas queda de 0,76% no Paraná e 0,25% em Santa Catarina. O Brasil deverá aumentar a demanda pelo cereal argentino, diante da menor produção nacional. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita foi encerrada na Argentina, com produção acumulada em 18,6 milhões de toneladas para a temporada de 2024/2025. O consumo no país é estimado em cerca de 7 milhões de toneladas, e o excedente exportável deve ser o maior em três anos. Por enquanto, os moinhos brasileiros seguem em busca de renovar seus estoques, que foram carregados no segundo semestre de 2024. O interesse pela importação acaba sendo restrito, diante dos aumentos das paridades de importações.
No mercado interno, os vendedores sinalizam reduzir os estoques, liberando espaços para a chegada da safra de verão (1ª safra 2024/2025). Especialmente no Rio Grande do Sul, cooperativas focam em negócios para exportação, aproveitando os níveis atuais da taxa de câmbio. Os futuros de trigo na Bolsa de Chicago são impulsionados pela oferta reduzida no Mar Negro, provocando uma desaceleração dos embarques na região. Além disso, a alta foi influenciada pelo desempenho do milho, tendo em vista que um é substituto direto do outro para uso na ração animal. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Março/2025) do trigo Soft Red Winter registra valorização de 1,5% nos últimos sete dias, cotado a US$ 5,38 por bushel (US$ 197,96 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter apresenta recuo de 0,6%, a US$ 5,48 por bushel (US$ 201,54 por tonelada). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.