14/Jan/2025
O ritmo de negócios no mercado interno de trigo ainda está lento, e agentes indicam que esse cenário deve se manter até o encerramento deste mês. Isso porque compradores e vendedores não mostram grandes necessidades de negociar no spot nacional neste momento, por conta das movimentações já realizadas em dezembro. Nesse cenário, os preços se alteram pouco. Nos últimos sete dias, as cotações do trigo no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registram, queda de 1,78% no Rio Grande do Sul, de 0,78% em Santa Catarina, mas alta de 0,11% no Paraná. No mercado de lotes (negociações entre empresas), há queda de 0,89% no Rio Grande do Sul e altas de 0,96% em Santa Catarina, 0,81% em São Paulo e 0,37% no Paraná.
As compras externas seguem aquecidas, mesmo diante do dólar em patamar elevado. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), chegaram aos portos brasileiros 520,9 mil toneladas de trigo em dezembro/2024. Assim, no acumulado de 2024, o volume importado somou 6,65 milhões de toneladas, contra 4,18 milhões de toneladas em 2023. A quantidade de dezembro/2024 foi a maior para o mês desde 2019 e o total de 2024, o mais alto desde 2018. As compras do produto com origem na Argentina cresceram 85,2% em 2024 em relação a 2023, representando 63,1% do total. As aquisições do Uruguai avançaram 32,5%, representando 12,1% do total, sendo o maior volume desde 2014. As compras do Paraguai e Estados Unidos também aumentaram, enquanto as da Rússia e do Canadá diminuíram.
Dados divulgados neste mês pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a produção da temporada mundial 2024/2025 está estimada em 793,24 milhões de toneladas, 0,3% acima de 2023/2024. O consumo mundial foi previsto em 801,89 milhões de toneladas, aumento de 0,5% sobre a safra passada. Os estoques finais são apontados em 258,82 milhões de toneladas, queda de 3,2% frente aos da temporada anterior. As transações mundiais são estimadas em 212 milhões de toneladas. Entre os relatórios de dezembro/2024 e de janeiro/2025, o USDA aponta queda de 1 milhão de toneladas nas exportações da Rússia. Os valores externos do trigo estão em alta, diante de uma piora na qualidade das lavouras de inverno no Kansas, que é o maior estado produtor do cereal dos Estados Unidos.
Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Março/2025) do trigo Soft Red Winter registra valorização de 0,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,30 por bushel (US$ 195,02 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem alta de 2,4% no mesmo comparativo, a US$ 5,51 por bushel (US$ 202,73 por tonelada). Na Argentina, a colheita tem avançado e caminhado para a reta final. De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 98,2% da área já foi colhida, e a produção segue projetada em 18,6 milhões de toneladas para a temporada de 2024/2025. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB apresentam baixa de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 228,00 por tonelada. A média de janeiro está em US$ 229,86 por tonelada, 1,4% acima da média de dezembro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.