13/Jan/2025

A comercialização de trigo no mercado doméstico evolui pouco neste início de ano. Do lado da demanda, a indústria moageira ainda está abastecida para a moagem esperada no mês, em meio às férias escolares e sazonal menor consumo de farinha e derivados. Do lado da oferta, os produtores esperam aumento de preços com câmbio firme e alta do cereal importado. Neste cenário, ambos lados não cedem e a falta de acordo inibe novos acordos. No Paraná, as negociações são pontuais e há um claro descompasso entre as expectativas de vendedores e compradores. O trigo nos moinhos está sendo negociado a R$ 1.400,00 por tonelada, mas para fevereiro o preço cai para R$ 1.350,00 por tonelada, com alguns moinhos já fechando contas para março. Na região norte do Estado, os vendedores pedem R$ 1.500,00 por tonelada, enquanto os compradores sinalizam R$ 1.450,00 por tonelada.

As regiões oeste e sudoeste apresentam preços mais competitivos, favorecendo o trigo local de boa qualidade. No início da semana passada, houve negócios pontuais a R$ 1.400,00 por tonelada, com pagamento curto. Agora, tudo virou para fevereiro, porque ninguém tem espaço imediato. Apesar da melhora em relação a dezembro, o mercado segue travado. Quem vendeu em dezembro foi quem precisava de espaço para milho e soja. Agora, quem pode segurar pede R$ 1.500,00 por tonelada, e quem precisa vender pede R$ 1.450,00 por tonelada. As vendas imediatas exigem negociações fragmentadas, porque um comprador só não fecha o volume. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) confirmou que o Paraná encerrou 2024 com produção de 2,36 milhões de toneladas de trigo, superando levemente a estimativa anterior de 2,31 milhões, mas ainda 36% abaixo das 3,6 milhões de toneladas colhidas em 2023. As adversidades climáticas comprometeram o potencial inicial de 3,8 milhões de toneladas, mesmo com área de 1,14 milhão de hectares.

No Rio Grande do Sul, a movimentação também segue escassa. Os moinhos locais estão com as posições de janeiro cobertas e começam a olhar ofertas para fevereiro a março. O mesmo vale para o Porto de Rio Grande, que está com sua capacidade para janeiro praticamente toda tomada. Os compradores indicam R$ 1.250,00 por tonelada FOB interior, para embarque em 15 de fevereiro e pagamento na segunda metade de março. Para cereal de qualidade superior, a indicação sobe para R$ 1.300,00 por tonelada FOB interior. Moinhos interestaduais seguem pouco ativos no mercado. Os valores pagos pelo grão se mantêm estáveis. Para exportação, os comprares indicam até R$ 1.350,00 por tonelada para tipo pão CIF Porto de Rio Grande, para entrega em fevereiro e pagamento no fim de fevereiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.