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06/Jan/2025

Preços do trigo estáveis com importação mais cara

A falta de acordo quanto ao preço inibe a negociação de trigo no mercado interno neste início de 2025. Com a apreciação do dólar ante o Real, os vendedores seguram lotes remanescentes na expectativa de alta dos preços em virtude da melhor paridade externa. Já moinhos compram apenas da mão para boca aguardando a pressão da entrada da safra de milho de verão, o que tende a levar produtores a liberarem armazéns com trigo para milho. Com a baixa liquidez, os preços permanecem praticamente estáveis nas principais praças produtoras, apesar da influência altista do câmbio nos valores pagos pelo grão. O dólar à vista encerrou a semana a R$ 6,18, alta diária de 0,32% e queda de 0,18% em uma semana. Os moinhos estão abastecidos até meados de janeiro e olhando lotes para reposição apenas em fevereiro. Em fevereiro, o Rio Grande do Sul, por exemplo, começa a colher milho de verão e produtores precisarão fazer espaço para entrar o milho.

Os moinhos esperam que vendedores fiquem apressados para se desfazer dos lotes, o que limita a alta dos preços no mercado doméstico. A demanda por trigo importado cresceu 27% no acumulado de 2024. A tendência é que a indústria moageira recorra a maior volume de cereal de origens externas, em virtude de uma safra nacional menor que o esperado - 8,1 milhões de toneladas - e com qualidade parcialmente comprometida. Os moinhos sabem que terão que pagar mais caro pelo trigo importado em virtude do dólar elevado e pela baixa oferta nacional, mas mantêm queda de braço para ver quem cede primeiro. Trigo argentino chega ao Rio Grande do Sul a R$ 1.575 por tonelada, deixando o local ainda mais competitivo. Por outro lado, quem precisava vender trigo para capital de giro já vendeu e agora segura os lotes que restaram. No Rio Grande do Sul, vendedores pedem R$ 1.280 por tonelada para tipo pão FOB com retirada em fevereiro e pagamento em março, enquanto moinhos ofertam as mesmas condições no CIF, incluindo o custo do frete.

Para tipo branqueador, as propostas giram entre R$ 1.550 e R$ 1.600 por tonelada com embarque em fevereiro e pagamento em março. Para exportação, comprador oferece R$ 1.370 por tonelada tipo pão CIF Porto de Rio Grande com entrega em 15 de janeiro e 15 de fevereiro e pagamento em 28 de fevereiro. Trigo ração é cotado a R$ 1.320 por tonelada com entrega em janeiro e pagamento em 28 de fevereiro para exportação, a ser colocado no Porto de Rio Grande. No norte do Paraná, comprador propõe R$ 1.450 por tonelada FOB com retirada e pagamento em fevereiro, enquanto vendedor pedia R$ 1.500 por tonelada. No oeste e no sudoeste do Estado, as cotações giram em média de R$ 1.400 por tonelada FOB para entrega em fevereiro. Para tipo branqueador, a proposta de compra oscila em cerca de R$ 1.650 por tonelada CIF moinho. 88 mil toneladas de trigo importado chegaram ao Estado a R$ 1.790 por tonelada CIF moinho, também acima do cereal local.

Já nos Campos Gerais, o preço do cereal subiu R$ 50 a R$ 70 por tonelada, para entre R$ 1.450 por tonelada FOB sul do Estado e R$ 1.500 por tonelada FOB norte do Estado, ambos com entrega em fevereiro e pagamento em março. Com o dólar firme, estão rodando alguns lotes, mas moinho não tem espaço para receber em janeiro, somente entrega futura. O fortalecimento do dólar destravou os negócios na região. No início da semana, comprador oferecia R$ 1.400 por tonelada e vendedor pedia R$ 1.450 por tonelada, valores que subiram com manutenção do dólar acima de R$ 6. A tendência é de alta dos preços com a entressafra brasileira e escalada do dólar. Com isso, moinhos estão comprando trigo para compor um preço médio mais competitivo. O trigo importado chega ao Estado entre US$ 223 e US$ 230 por tonelada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.