ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Dec/2024

Preços do trigo pressionados em um mercado lento

O mercado de trigo brasileiro opera com baixa liquidez neste fim de ano, pressionado pela maior oferta de produto importado e pela colheita de uma safra maior no Rio Grande do Sul. No mercado internacional, os preços recuam com perspectiva de maior oferta global. Os moinhos brasileiros seguem bem abastecidos com produto importado. A Argentina, que acaba de enviar seu primeiro carregamento para a China após 8 anos de negociações técnicas e sanitárias, segue como principal fornecedor do Brasil. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em novembro, chegaram ao Brasil 427,53 mil toneladas de trigo, sendo 79,5% de origem argentina, o maior volume importado do país nos últimos seis meses.

Os vendedores estão retraídos, enquanto os compradores, com moinhos já bem abastecidos, direcionam o foco para negociações de janeiro e fevereiro. O mercado está praticamente parado há duas semanas. No Paraná, as indústrias sinalizam preços entre R$ 1.350,00 e R$ 1.400,00 por tonelada CIF, para entrega e pagamento em janeiro, enquanto os produtores indicam valores acima de R$ 1.450,00 por tonelada FOB. Destaque para uma particularidade do setor: diferentemente de outras commodities, que apenas se desaceleram no fim do ano, o mercado de trigo praticamente paralisa, voltando a ganhar força somente a partir da segunda semana de janeiro.

O Rio Grande do Sul encerrou a safra 2024 com produção de 3,754 milhões de toneladas, 62% superior à do ano anterior, informou a Emater-RS. A produtividade foi reavaliada para 2.839 quilos por hectare, 8,41% abaixo da projeção inicial. Os resultados obtidos apresentaram ampla variabilidade: de insatisfatórios (em parte das lavouras, devido à recorrência de chuvas durante as fases de enchimento de grãos e na colheita) a expressivos, como no quadrante nordeste do Estado. A StoneX revisou para cima sua estimativa de safra 2024/2025 no Brasil, para 7,58 milhões de toneladas, avanço de 1% em relação à projeção de novembro.

O resultado é decorrente de uma variação positiva na produtividade média nacional, que passou de 2,60 para 2,62 toneladas por hectare. No mercado internacional, os futuros do trigo na Bolsa de Chicago operam em baixa. Na Argentina, a colheita atingiu 63,9% da área apta após um avanço semanal de 15,8%, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Na China, o escritório de estatísticas estimou avanço de 2,6% na safra, para 140,1 milhões de toneladas, enquanto na Austrália, a Associação da Indústria de Grãos elevou sua estimativa para 31,9 milhões de toneladas. O cereal brasileiro segue pouco competitivo, o que acaba por não favorecer os embarques externos, mesmo com o dólar valorizado frente ao Real. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.