10/Dec/2024
As compras externas de trigo pelo Brasil vêm crescendo neste ano em relação ao anterior. Em 12 meses, o volume importado é o maior em quatro anos. Em novembro, mesmo com a proximidade do encerramento da colheita no Brasil e com o aumento da paridade de importação, as compras externas seguiram firmes. A maior oferta de trigo na Argentina a valores competitivos vem favorecendo a aquisição externa. Tomando-se como base números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 25 a 29 de novembro (dados mais recentes), a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 240,59 por tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 5,89, o cereal importado foi negociado a R$ 1.417,86 por tonelada, em linha com a média de preço do mesmo período para o Paraná, de R$ 1.417,61 por tonelada.
No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 225,28 por tonelada, o equivalente a R$ 1.327,60 por tonelada, enquanto o preço local está em R$ 1.257,99 por tonelada. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em novembro, chegaram no Brasil 427,53 mil toneladas de trigo, mesmo sendo 22,6% abaixo do volume de outubro/2024, ainda esteve 33% maior que o de novembro/2023. Do total, 79,5% tiveram como origem a Argentina, representando o maior volume importado do país nos últimos seis meses. Outros 13,1% vieram do Paraguai; 5,1%, do Uruguai; e, 2,3%, da Rússia. O preço médio negociado foi de US$ 238,95 por tonelada. No acumulado de 12 meses, o Brasil importou 6,52 milhões de toneladas, sendo o maior volume desde o mesmo período encerrado em novembro/2020 (6,53 milhões de toneladas).
Nos últimos sete dias, no mercado de balcão (valor pago ao produtor), os preços do trigo registram queda de 2,5% no Paraná, 0,32% em Santa Catarina e 0,31% no Rio Grande do Sul. No mercado de lotes (negociações entre empresas), a alta é de 2% em São Paulo, mas quedas de 1,2% no Paraná e de 0,79% no Rio Grande do Sul e estabilidade em Santa Catarina. De acordo com números divulgados pela Conab, até dia 1º de dezembro, 97,7% do trigo brasileiro já havia sido colhido, restando apenas 4% das lavouras do Rio Grande do Sul e 14% de Santa Catarina. Os futuros de trigo estão em alta, influenciados por expectativas de redução gradual nos embarques de trigo da região do Mar Negro. Além disso, o enfrentamento de condições adversas de cultivo em importantes produtores globais reforça o movimento de avanço nos valores externos.
Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Dezembro/2024) do trigo Soft Red Winter registra valorização de 1,9% nos últimos sete dias, a US$ 5,42 por bushel (US$ 199,33 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem alta de 3,2% no mesmo período, a US$ 5,37 por bushel (US$ 197,41 por tonelada). Na Argentina, os preços FOB do Ministério da Agroindústria apresentam valorização de 0,9% nos últimos sete dias, a US$ 225,00 por tonelada. A média de dezembro está em US$ 224,00 por tonelada, 0,6% abaixo da média de novembro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.