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25/Nov/2024

Preços do trigo se estabilizam com fim da colheita

O mercado brasileiro de trigo apresenta preços estáveis em novembro, enquanto a colheita se encerra nas principais regiões produtoras. O trigo pão no Paraná está cotado a R$ 1.435,12 por tonelada, praticamente estável nos últimos sete dias, quando registrava R$ 1.437,11 por tonelada. No Rio Grande do Sul, o trigo brando também registra pouca variação no período, passando de R$ 1.270,58 por tonelada para R$ 1.270,43 por tonelada. O cenário de estabilidade nos preços acompanha o ritmo da colheita. O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) informou que a colheita da safra 2024 no Paraná atingiu 100% da área estimada de 1,146 milhão de hectares, 18% abaixo do 1,392 milhão de hectares cultivados em 2023. No dia 11 de novembro, a colheita tinha 98% dos trabalhos concluídos, com 54% das lavouras em boas condições, 35% em situação média e 11% ruins, nas fases de frutificação (1%) e maturação (99%).

No Paraná, na região dos Campos Gerais, o mercado ficou lento devido aos dois feriados dos últimos dias. As cotações se mantêm estáveis para o trigo tipo pão, entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00 por tonelada CIF, para entrega em janeiro e pagamento em fevereiro. Os vendedores, contudo, indicam no mínimo R$ 1.500,00 por tonelada FOB, sem fechar negócios. Os moinhos do Paraná estão buscando muito trigo da safra do Rio Grande do Sul, disponível por R$ 1.250,00 por tonelada. Mesmo com o frete, o preço compensa. No Rio Grande do Sul, a colheita alcança 92% da área, conforme a Emater-RS, mesmo percentual de igual período do ano anterior e próximo à média quinquenal de 91%. A área cultivada totaliza 1.322.167 hectares, com produtividade estimada em 3.116 Kg por hectare. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta produção nacional de 8,1 milhões de toneladas para esta safra, volume um pouco superior (+0,1%) ao de 2023.

Apesar do aumento da capacidade instalada nos moinhos do Rio Grande do Sul em 2024, o excesso de produto e a forte competição dificultam as vendas. Mesmo assim, 26,32% da produção prevista de 3,8 milhões de toneladas já foi comercializada. O escoamento de farinha pelos moinhos segue mais lento, refletindo um mercado desaquecido e maior foco em negociações futuras. De acordo com o Itaú BBA, os preços no mercado interno podem ser sustentados pela menor oferta e pela retomada das exportações, previstas para dezembro após um período de baixa desde julho. Outro fator relevante é o anúncio da Conab sobre a compra de 200 mil toneladas de trigo do Rio Grande do Sul a R$ 78,51 por saca de 60 Kg, ação que visa formar estoques reguladores.

Além disso, os spreads da indústria têm mostrado margens favoráveis, com aumento de 7,3% na receita da farinha em outubro, alcançando R$ 2.577,80 por tonelada, o que elevou a margem de contribuição dos moinhos no Paraná para 49%, acima da média histórica de 44%. Esses elementos reforçam a perspectiva de suporte aos preços no mercado doméstico, mesmo em um cenário global de cotações em queda. No mercado internacional, os preços do trigo apresentam queda em novembro, refletindo condições climáticas favoráveis nas principais regiões produtoras, como o Meio Oeste dos Estados Unidos, o Mar Negro e a Europa. O balanço global também está mais apertado, com a relação estoque/uso global estimada em 32% para a safra 2024/2025, uma redução de 1,1% em comparação ao ciclo anterior.

Os futuros de trigo na Bolsa de Chicago fecharam em baixa na sexta-feira (22/11), pressionados pela valorização do dólar, que reduz a atratividade das commodities norte-americanas para compradores estrangeiros. Investidores seguem apreensivos com o potencial impacto da escalada da guerra na Ucrânia, após Vladimir Putin admitir ter testado um míssil de médio alcance contra o país. O vencimento março recuou 4,75 cents (0,83%), e fechou a US$ 5,64 por bushel, acumulando ganho semanal de 1,94%. Em Kansas City, o vencimento março do trigo duro vermelho de inverno cedeu 1,75 cent (0,31%), e fechou a US$ 5,65 por bushel. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.