19/Nov/2024
A colheita de trigo caminha para a reta final no Brasil, mas estimativas oficiais apontam estabilidade na oferta nacional. Nesse cenário, os preços domésticos do cereal estão praticamente estáveis, enquanto os internacionais registram fortes quedas. Nos últimos sete dias, no mercado de lotes (negociações entre empresas), as altas são de 0,57% em Santa Catarina, de 0,38% em São Paulo e de 0,09% no Rio Grande do Sul. No Paraná, a variação é negativa em 0,18%. No mercado de balcão (valor pago ao produtor), há avanço de 0,36% no Paraná, mas baixas de 0,37% em Santa Catarina e de 0,28% no Rio Grande do Sul. Os novos dados de oferta e demanda divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vieram com ajustes apenas na estimava de produção.
A área com trigo no Brasil foi de 3,07 milhões de hectares, 11,6% menor que em 2023. Apesar da queda de quase 20% na produtividade do Paraná, o rendimento nacional deve crescer 13,3%, compensando a redução de área e mantendo a oferta em 8,1 milhões de toneladas, 0,1% acima da de 2023. A Região Sul deve ter aumento da oferta, de 2,9%, puxada pelas maiores produções de Santa Catarina e de Rio Grande do Sul, havendo reduções em todos os demais Estados produtores do País. Considerando-se o estoque de 505,3 mil toneladas em julho deste ano e a importação de 6 milhões de toneladas entre agosto/2024 e julho/2025, a disponibilidade interna chegará a 14,6 milhões de toneladas, 4,1% a menos que no período anterior. A demanda interna está prevista em 11,9 milhões de toneladas; e as exportações, em 2 milhões de toneladas.
De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), no Paraná, restam apenas 2% da área de trigo a ser colhida. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, o clima favoreceu o avanço da colheita, que somava 83% da área até 14 de novembro; do restante, 16% estão em fase de maturação; e 1%, em enchimento dos grãos. As cotações externas estão pressionadas por estimativas indicando maior produção na Rússia em 2025 e pela melhora nas condições das lavouras da safra de inverno nos Estados Unidos. Assim, na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Dezembro/2024) do trigo Soft Red Winter registra desvalorização de 6,3% nos últimos sete dias, a US$ 5,36 por bushel (US$ 197,13 por tonelada).
Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter tem baixa de 4,3%, a US$ 5,40 por bushel (US$ 198,42 por tonelada). Segundo a Bolsa de Comércio de Rosário, a produção argentina de trigo na safra 2024/2025 pode atingir 18,8 milhões de toneladas, volume 30% maior que o da temporada passada, devido aos aumentos de área e de rendimento. Com isso, a Argentina atinge a quarta melhor marca em 20 anos. Como resultado, as exportações no país têm crescido. Diante do aumento da oferta disponível, os preços FOB do Ministério da Agroindústria, apresentam baixa de 3,5% nos últimos sete dias, a US$ 221,00 por tonelada. A média de novembro está em US$ 227,27 por tonelada, 6,2% abaixo da média de outubro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.