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11/Nov/2024

Preço do trigo pressionado e mercado com lentidão

O mercado nacional de trigo acompanha os eventuais efeitos da intervenção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que anunciou que vai comprar 200 mil toneladas do cereal do Rio Grande do Sul tipo pão com orçamento de R$ 261 milhões por meio de aquisição do governo federal (AGF). A medida foi tomada para retomar os estoques do cereal da companhia e ajudar os produtores do Rio Grande do Sul a alcançarem o Preço Mínimo a ser recebido pelo grão. A expectativa era de reação imediata dos preços, a partir do anúncio, o que ainda não ocorreu. A Câmara Setorial das Culturas de Inverno do Rio Grande do Sul avalia que a medida estatal tende a não gerar impacto expressivo no mercado, pois o volume é pequeno. Além disso, não há muita oferta para essa AGF, porque quem tem trigo de qualidade, em momento de incertezas com a chuva, vai reter o cereal.

Hoje, o trigo pão é cotado a R$ 70,00 por saca de 60 Kg FOB, em média, no mercado de balcão, R$ 8,00 por saca de 60 Kg abaixo do Preço Mínimo estabelecido para a safra, de R$ 78,51 por saca de 60 Kg. Essa diferença chegou a R$ 13,00 por saca de 60 Kg há um mês, mas diminuiu em virtude de uma reação do mercado com as incertezas quanto à qualidade do cereal do Rio Grande do Sul. Será preciso aguardar para ver se os preços subirão a partir da AGF, como o mercado vai reagir, mas não é certa uma reação. Segundo a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), o setor produtivo alertou o governo que a intervenção anunciada não é suficiente, já que uma das dificuldades da temporada será o escoamento do cereal de qualidade inferior.

Ainda falta metade da safra a ser colhida e continua chovendo, o que pode depreciar a qualidade. Para os produtores do Estado, a realização de leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) seria mais adequada. Com o Pepro, o governo pagaria apenas a diferença entre o preço do mercado e o Preço Mínimo, portanto com menos recursos alcançaria um volume maior. Na região da Serra Gaúcha, lotes do cereal são comercializados para moinhos do Estado e interestaduais. Os preços pagos pelo grão variam de R$ 1.200,00 por tonelada a R$ 1.250,00 por tonelada do cereal tipo pão FOB armazém no interior. Para exportação, acordos pontuais são firmados em média a R$ 1.220,00 por tonelada CIF Porto de Rio Grande.

No Paraná, poucos negócios são registrados no spot, com agentes retraídos devido às incertezas climáticas. Na região dos Campos Gerais, os moinhos indicam entre R$ 1.400,00 e R$ 1.450,00 por tonelada de trigo tipo 1. Os vendedores indicam R$ 1.500,00 por tonelada. Não se sabe o tamanho da safra de trigo com boa qualidade. Assim, os agentes se retraem. O trigo branqueador alcança os maiores valores, cotado a R$ 1.800,00 por tonelada na região. No Paraná, onde a colheita já terminou, apenas metade do trigo tem qualidade satisfatória. Alguns moinhos aguardam cargas de trigo do Paraguai e trigo do Rio Grande do Sul, comprados a R$ 1.250,00 por tonelada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.