30/Oct/2024

A expectativa de uma colheita abaixo do potencial esperado, com a safra prevista em 2,35 milhões de toneladas, deve levar a indústria moageira do Paraná a recorrer a maior volume de trigo de outros Estados e do mercado externo na safra atual. Isso se deve à necessidade do Estado de 3,5 milhões de toneladas de cereal tipo pão para moagem, ou seja, trigo de qualidade superior. O Sindicato da Indústria do Trigo do Paraná (Sinditrigo/PR) acreditamos que este ano será o ano que mais será necessário comprar trigo de fora, principalmente do Rio Grande do Sul, da Argentina e do Paraguai. A projeção de importação é de 1,6 milhão de toneladas na safra atual pelos moinhos do Paraná.

A média de compras externas do Estado, seja interestadual ou importação, é de 300 mil toneladas por ano-safra em anos de colheita dentro do normal, de 4 milhões de toneladas. Neste ano, a previsão aponta para um recorde no volume importado. Além da menor produção prevista, a avaliação do Sinditrigo é que parte da colheita terá qualidade inferior ao padrão demandado pela indústria moageira para fabricação de farinha. A safra do Paraná foi afetada no início pela seca no norte do Estado e neste momento pelas chuvas no sul do Estado. Houve uma quebra de cerca de metade da produção prevista. As chuvas recentes afetam o trigo mais precoce, não em sua totalidade, mas há impacto decorrente das chuvas sobretudo em qualidade. A perspectiva é que parte da colheita seja um trigo tipo 2 ou abaixo.

O volume que será adquirido de cada origem depende ainda da evolução das safras tanto na Argentina quanto no Rio Grande do Sul e, consequentemente, dos preços e da disponibilidade do trigo nestes locais. O Paraná tem 80% da safra colhida, portanto, já há uma visão próxima da realidade. Nas demais origens, o momento é de mercado climático, de aguardar o que vai ocorrer com a safra. A Argentina deve colher um bom volume e se vier dentro dos padrões necessários, a tendência é que a Argentina seja um grande player na exportação de trigo ao Paraná. Além da Argentina, o Rio Grande do Sul, que apresenta capacidade de exportação limitada por questões logísticas, tende a ter maior oferta de cereal ao Paraná. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.