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22/Oct/2024

Preços do trigo se mantêm praticamente estáveis

A cultura do trigo é altamente sensível às condições climáticas, desde a semeadura até sua efetiva retirada do campo. Há alguns meses, baixos volumes de chuvas preocupavam os produtores da Região Sul do País, sobretudo os do Paraná. Agora, em fase final de ciclo, as chuvas podem ser prejudiciais às lavouras. Ressalta-se que, em 2023, o Paraná foi o maior Estado produtor do cereal do Brasil e, neste ano, deve se configurar como segundo maior. Até o momento, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) aponta que 79% da área de trigo do Paraná já foi colhida. A expectativa ainda é de que o restante das lavouras do Estado apresente trigo de melhor qualidade, com rendimentos no campo superior ao do cereal que já foi colhido, mas as recentes chuvas já preocupam. Vale lembrar que as lavouras da atual safra do Paraná enfrentaram fortes geadas, estiagem e altas temperaturas. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, as atividades de campo estão no início, porém, chuvas em excesso podem elevar a possibilidade de ocorrências de doenças.

Segundo dados da Emater-RS, o clima era favorável até o início de outubro, mas precipitações, que perduraram por até cinco dias consecutivos no Estado, geram atenção entre os produtores, tendo em vista que a elevada umidade do solo tende a resultar em pragas e doença nas plantas. Além disso, a colheita teve que ser interrompida, podendo gerar um impacto no resultado final da safra do Estado. A colheita avançou apenas 1% na semana. Em Santa Catarina, dados mensais da Epagri/Cepa indicam que, em setembro, o clima vinha favorecendo as lavouras e que 96% delas apresentavam boas condições; 3%, médias; e apenas 1% estava ruim. Até o final de setembro, 1% da área do Estado estava colhida, sendo que 13% estão em fase de maturação; 70%, em floração; e 17%, em desenvolvimento vegetativo. Nos últimos sete dias, no mercado balcão (valor pago ao produtor), são verificadas altas de 0,7% no preço do trigo do Rio Grande do Sul e de 0,24% no Paraná, mas queda de 0,61% em Santa Catarina. Para o mercado de lotes (negociações entre empresas), há baixa de 0,7% no Paraná e em Santa Catarina e de 0,53% no Rio Grande do Sul e São Paulo.

Estimativas divulgadas neste mês pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a produção brasileira de trigo deve somar 8,263 milhões de toneladas na safra de 2024, com redução de 6,2% frente aos dados do relatório de setembro, mas avanço de 2,1% em relação à temporada de 2023. A produtividade deve somar 2.693 quilos por hectare, com reajuste negativo de 6,2% frente ao apontado no mês anterior, porém, 15,5% acima da temporada passada. Ainda segundo a Conab, 41,8% da safra do País já foi colhida, sendo que as atividades de campo estão encerradas em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia. Os futuros de trigo fecharam em expressiva queda na semana passada. Chuvas que beneficiaram as lavouras russas, a melhora da qualidade das lavouras na Argentina e a valorização do dólar foram fatores que pressionaram os contratos. Na Bolsa de Chicago, o primeiro vencimento (Dezembro/2024) do trigo Soft Red Winter tem desvalorização de 4,4% nos últimos sete dias, a US$ 5,72 por bushel (US$ 210,45 por tonelada). Na Bolsa de Kansas, o mesmo vencimento do trigo Hard Red Winter registra baixa de 3,9%, a US$ 5,80 por bushel (US$ 213,39 por tonelada).

Segundo dados divulgados no dia 15 de outubro pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 64% da área já foi semeada com trigo de inverno, avanço semanal de 13%. Além disso, 35% das lavouras estão em fase de germinação/desenvolvimento vegetativo, praticamente em linha com o ano passado e com a média dos últimos cinco anos. O clima seco, presente em boa parte dos estados do país, tem favorecido o avanço da semeadura. Na Argentina, relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indica que chuvas nas últimas semanas favoreceram as lavouras. Assim, atualmente, 31% estão em boas/excelentes condições; 35%, em normais; e 34%, em condições regulares/ruins. Para as áreas mais avançadas, próximas a maturação, são previstas perdas irreversíveis. Segundo o Ministério da Agroindústria da Argentina, os preços FOB do trigo registram queda de 0,4% nos últimos sete dias, a US$ 244,00 por tonelada. A média de outubro está em US$ 245,64 por tonelada, 4,6% abaixo da média de setembro/2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.